sexta-feira, 29 de junho de 2012

LIVRE ESCOLHA



            O Partido dos Trabalhadores nasceu como um facho de esperança para os explorados e oprimidos. Dessa forma, foi acolhido por agrupamentos políticos de perfil socialista. Existiam, na formação do PT, três grandes correntes. Em primeiro lugar, gozando de aceitação e respeitabilidade, estavam os sindicalistas do ABC Paulista e de outras regiões ressaltando-se Contage em Minas, Osasco em São Paulo, bancários no Rio Grande do Sul e outros sindicalistas espalhados, Brasil a fora, que se insurgiam contra os pelegos sindicais. A segunda corrente, de grande peso, na formação do partido, foi a dos “igrejeiros” que através das Comunidades Eclesiais de Base foi importante para que o partido pudesse se viabilizar. Num terceiro plano, estavam os grupos ditos marxistas-leninistas e “marxistas-leninistas-trotskistas”, sendo que essa terceira corrente, além de fracionada, gozava de menor peso.
             Não existia uma formulação política que pudesse nos autorizar a dizer que o PT era um partido socialista. Apostava-se, porém, no seu potencial social e, particularmente, na sensibilidade e intuição da classe trabalhadora que compunha os seus quadros de filiados e militantes.
            Padecendo de raquitismo na sua compreensão teórica, reinava a fragilidade política dessa agremiação, sujeita às mais diversas pressões à direita, levadas a cabo pela burguesia e seus prepostos. A cada concessão que fazia, era festivamente aplaudido pela burguesia que afirmava estar essa agremiação amadurecendo. Na verdade, o PT, no seu início, era um partido realmente verde, tornou-se, aos olhos da burguesia, um partido maduro, para depois entrar num processo de apodrecimento, indo cair nos braços do PMDB fisiológico, expressão da corrupção e da bandalheira, representado por figuras como Sarney, Calheiros, Temer, Barbalho, Jucá e por que não dizer? Maluf.
            Criou-se, então, um PT de livre escolha. Você tem o PT-Mensalão; o PT-Aloprados; O PT-Maluf; O PT-SANGUESSUGA O PT-BNB. Só não existe o PT que represente os reais interesses históricos da classe trabalhadora.

terça-feira, 26 de junho de 2012

O PT MALUFOU?




            Passou-se o tempo em que Maluf era tido pelo PT como extrema direita e político corrupto. Há muito, o PT colocou essas opiniões de lado e resolveu vender a alma ao diabo, quando procurou o grande burguês José Alencar para formar na chapa de Lula presidente. Naquela oportunidade, para ter o apoio do PL, Lula e Zé Dirceu tiveram que desembolsar o montante de cinco milhões de reais, em troca dessa composição que daria confiabilidade para a grande burguesia que ainda mantinha cautela com as posturas políticas do metalúrgico e de seus companheiros. Não foi somente essa a única atitude de capitulação do PT. Numa carta “ao povo”, procurou tranquilizar a burguesia, dizendo que a política econômica e financeira do Plano Real, seria respeitada. Depois, vimos o lulismo se irmanar com políticos direitistas e corruptos como Quércia, Sarney, Renan, Barbalho, Temer... E aí estavam colocados todos os elementos que revelavam ter o PT malufado, coroando essa caminhada com a cena, vista recentemente, de Lula, visitando a casa do Maluf e trocando com ele, apertos de mãos e outros afagos, em nome de seu apoio a Haddad para prefeitura de São Paulo.
            Já vimos o Lula dizer: “o que falta ao Brasil é vergonha na cara”. Não esperávamos que esse desvergonhamento atingisse, tão em cheio, a cara dele próprio. Maluf tem razão quando diz que no Brasil já não existem esquerda e direita. Tal afirmação tem algum cabimento, na medida em que partidos como PT, PCdoB, PSB, passaram-se para o lado da direita e assim tudo nos faz crer que na verdade não mais existe esquerda, mas, tão somente direita, cabendo distinguirmos, uma direita ideológica e outra fisiológica, que se ocupa em praticar a corrupção a cada momento, a cada hora. Dessa maneira, sobra, tão somente, uma minoria que se coloca de forma explícita contra o capitalismo e, somente dessa forma é que eles poderão auto-denominar-se de esquerda, porém a vemos extremamente reduzida, enquanto domina no cenário político as diversas manifestações de direita explícita ou travestida de esquerda.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mídia. Entenda-se




            Na comunicação social, tem-se uma mensagem que queremos vê-la chegar ao conjunto da população ou parte dela. Para atingir esse objetivo é preciso que existam os meios de levar essa mensagem pretendida. São justamente esses meios que chamamos de mídias. Vejamos um exemplo: a igreja católica tinha como mensagem, há muitos anos passados, que a Terra Santa, onde nascera e morrera Jesus, estava sendo profanada pelos muçulmanos e, então, fazia-se necessário que os cristãos se mobilizassem para expulsar os infiéis daquele lugar.
            Não existia rádio e televisão, ou seja, não existiam os meios eletrônicos de comunicação. Existiam, para os cristãos, os sinos, as tochas ou velas, e os sermões feitos pelos padres. Apesar das limitações dessas mídias, a Igreja Católica conseguiu reunir milhares e milhares de pessoas, para promover grandes marchas em busca da libertação da “terra sagrada”.
Vê-se que mídia é meio e somente isso. As mídias eletrônicas dos tempos atuais, sob o controle da burguesia, fazem uso desses meios para levar o seu discurso, ou seja a mensagem que lhe interessa. Isso implica em dizer que a mídia eletrônica e mesmo a escrita, regra geral, está a serviço da manutenção do sistema capitalista. Resta aos anticapitalistas, construir mídias, ou meios, para levar uma mensagem que denuncie o caráter cruel do sistema burguês e propague um discurso de nossa libertação dos grilhões desse sistema.
            Todos nós dispomos, pelo menos, de uma mídia que é a nossa boca e os nossos gestos. Além dessa mídia tão própria de cada um, há associações de bairro, os sindicatos de trabalhadores, mandatos de natureza anticapitalista, que podem viabilizar, jornais, rádios comunitárias, redes sociais via internet, para consumar o nosso intento de semear a mensagem que nos interessa. Cremos que definimos com clareza o que é mídia e assim sendo, estamos esclarecendo o seu verdadeiro conteúdo e refutando a idéia corrente de que mídia é tão somente, rádio, televisão, revistas e jornais de grande circulação.

terça-feira, 19 de junho de 2012

A UNE APODRECEU



             A UNE - União Nacional dos Estudantes, entidade que representa os universitários do Brasil, tem uma história de luta que merece nossa reverência. Apesar de equivocada em suas bandeiras, a UNE se fez presente em jornadas memoráveis, onde se inclui a campanha “O petróleo é nosso” e outras, de feição nacionalista e reformista.  Ela compunha as forças políticas de caráter progressista quando abraçava o nacional-reformismo, ostentado naqueles anos anteriores ao golpe de 1964. Com a abertura política, ela se recompôs. Agora, sob os auspícios do PCdoB depois do governo Lula, entra em um processo irreversível de apodrecimento, a tal ponto, que órgãos de fiscalização da própria burguesia se propõem submeter essa instituição a uma profunda investigação, tanto são os atos de corrupção que se têm ali praticado.
            É bom observar que o apodrecimento da UNE é um reflexo do próprio apodrecimento do PCdoB, que tem estendido as suas garras a diversas instituições e nela praticado atos imorais, como foi no Ministério do Esporte, forçando o governo Dilma a remanejar a direção daquele ministério, colocando nele, o Sr. Aldo Rebelo cuja lista de serviços deprimentes e atuação anti-povo, se destaca em seu papel como aliado da bancada ruralista no Congresso Nacional, prestando-se, como relator do projeto que codifica a atividade florestal, proteger os que agridem, em nome do lucro, a nossa flora.
            Dessa forma, vemos que as coisas se combinam. As centrais sindicais e as centrais estudantis, engessadas, e servindo aos interesses do capitalismo, correspondem, como já dissemos, ao processo crescente de distorção que partidos como PT, PSB e PCdoB levam a cabo, deixando de ser partidos de feição ideológica, para ser agremiações essencialmente fisiológicas. Locupletam-se, assim, das benesses que lhe oferece o Estado burguês, praticando diversas trambicagens que denigrem, mais ainda, a imagem desses partidos. Por essa razão, é que denunciamos essas forças políticas como esquerda direitosa ou direita travestida de esquerda.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

É Possível ?



         A grande burguesia tomou em suas mãos a bandeira da preservação ambiental. Através do jargão: “desenvolvimento sustentável” ela procura promover grandes eventos como foi a Eco 92 e está sendo a Rio + 20. Antes de nos adentrarmos nessa questão é preciso responder uma pergunta. Diante do fato de sentirmos ser necessário e urgente se empreender uma política de preservação, a pergunta inevitável, de quem seriamente queira enfrentar essa questão é: quem agride o meio ambiente? Geralmente a essa fundamental pergunta, tem-se como resposta, uma expressão de desinformação e ingenuidade quando dizem: quem agride o meio ambiente é o homem.
             Trata-se de uma resposta totalmente descabida, infundada, pois quem promove a destruição do planeta é o sistema capitalista e nunca será possível a implantação de uma política de desenvolvimento sustentável nos limites da ordem econômica e social vigente.
          Para salvar o planeta não faz sentido a via que se tem buscado, a de se criar uma “cultura ecológica” procedendo uma educação que vá da infância até a idade adulta. Esse discurso é enganoso, mas é o discurso da burguesia e chega a contaminar seguimentos que se julgam avançados, e até se dizem anticapitalistas. Porém, caem na esparrela da cultura ambientalista cujo eixo é a mudança de hábitos como meio de preservar a natureza. Isto seria, apenas, uma piada de mau gosto se não fosse tão nociva à causa real da salvação do planeta.
         Para salvar o planeta Terra das múltiplas agressões, torna-se necessário medidas radicais e tais medidas não podem se consumar através da simples criação de uma legislação voltada para o problema. Para salvar o planeta é preciso que a humanidade, em seu conjunto, tome o seu destino nas próprias mãos e processe medidas radicais como: de forma planejada, promover a redução da própria população, cujo crescimento o planeta não suporta. Isso para citar apenas um dado da nossa realidade. Vemos que tais medidas não são possíveis de serem realizada pela burguesia.