Comunismo Troncho
A palavra troncho quer dizer torto,
fora do prumo, desajeitado. Recentemente, tivemos a oportunidade de assistir a
um programa de debate entre o dirigente “comunista” do PCdoB, Aldo Rebelo e
diversos jornalistas, no programa “Roda Viva”. Não vimos, em nenhum momento,
esse senhor referir-se às classes e camadas sociais que compõem esse país
chamado Brasil.
Fica claro que, para esse dirigente,
“comunista”, existe apenas uma categoria política: país. Dessa forma, abstrai, vergonhosamente,
o fato de existirem, como já dissemos, classe sociais com interesses
antagônicos, no seio desta festejada nação. Aliás, a burguesia sempre recorre a
essa abstração. Diz ela: o país está crescendo, o país está ganhando, o país
está perdendo e assim por diante, quando deviam dizer que é o capitalismo que
está crescendo, está ganhando ou está perdendo. Isso é uma forma clássica de
esconder a verdade que existe por trás dessa colocação patriótica.
Ora, é bom deixar claro, e bem
claro, que existe uma intimidade simbiótica entre pátria e patrão. Devia ficar
claro, que a chamada “pátria amada idolatrada” é a pátria deles, dos negócios
deles, dos ganhos deles. Entretanto, ao invés dessa revelação quanto ao fato de
que cada país, no capitalismo, é formado por classes e camadas sociais
diferentes, o que existe é um sistemático engodo, uma sistemática enganação,
uma densa cortina de fumaça. Seria tarefa dos comunistas e socialistas dizer
para o povo o verdadeiro sentido de pátria e comungando com a afirmação de Karl
Marx e Friedrich Engels dizer, peremptoriamente: “O proletariado não tem pátria”. Ao invés disso, temos organizações
que se reclamam socialistas e até comunistas, mas se prestam a massificar as
tagarelices burguesas e esconder a realidade.
O PCdoB, do sr. Aldo Rebelo, que
antes era apenas um partido social-patriota, transformou-se em partido
fisiológico que se alimenta nas tetas do Estado capitalista e rejeita qualquer
postura anticapitalista. Esses senhores deram-se ao trabalho de se transformar
em especialistas em esportes e reclamar, em nível federal, estadual e
municipal, em que se dêem vitórias das coligações de “esquerda", sua
participação nas secretarias voltadas para essa atividade.
Isso é muito estranho, ou seria a
atividade esportiva um novo caminho para o socialismo? Isso não nos parece
verdadeiro, pois tudo se reduz a interesses menores como seja o de tirar
proveitos em benefício de seus restritos interesses partidários. Trata-se,
pois, de um “comunismo” totalmente troncho e o seu caráter oportunista deve ser
veementemente denunciado para que o povo trabalhador não seja enganado de forma
tão vil.