É
muito triste constatar que as massas trabalhadoras dos EUA estão presas à
hegemonia única e exclusiva da direita americana. Por culpa da Terceira
Internacional Comunista, chefiada pelos burocratas de Moscou e por culpa também
dos seus posteriores seguidores, as massas trabalhadoras norte-americanas foram
relegadas ao abandono, ficando à mercê da burguesia imperialista.
A população daquele país, hoje, está dividida,
quase meio a meio, entre duas correntes de direita. De um lado a direita
moderada do Partido Democrata, hoje liderado pela figura do presidente eleito
Barack Obama e, por outro lado pela extrema direita, dotada de extremos traços nazifascistas,
representada pelo Partido Republicano, em cujo seio trafega impunemente o
Partido do Chá, facção partidária do mais extremado direitismo raivoso.
Esse quadro desolador tem, como já fizemos
alusão, como maior responsável a esquerda de matriz stalinista. Vemos, como
exemplo, a Revolução Cubana, levada a cabo pelo movimento 26 de Julho, formado
essencialmente por membros da pequena burguesia politizada que se opunha à
ditadura sanguinária de Fulgêncio Baptista e que se opunha também à presença tão
direta dos norte-americanos na vida política e social de Cuba.
Sob
o lema, nada socialista, de “Pátria ou morte, venceremos!” os militantes do 26
de Julho se insurgiram em armas, com o propósito de instalar o famoso Estado Democrático
de Direito e tomar algumas medidas de caráter nacionalista. Apesar dos limites
dos seus propósitos ao âmbito do capitalismo, a intervenção das massas
populares, levou a que o processo revolucionário cubano, ultrapassasse os seus
limites e desembocasse na expropriação generalizada da propriedade burguesa. À
revelia da direção insurrecional, as massas, empiricamente, promoveram uma
radical transformação do quadro político e social daquela ilha.
O
sr. Fidel nunca ultrapassou os limites do antiamericanismo. Sequer ele entendeu
a real natureza do imperialismo. Nunca atentou para o fato de que o
imperialismo é um produto natural do desenvolvimento do capitalismo e tem os
seus interesses encampados pelos EUA, como policiais desse sistema, cabendo
ressaltar, entretanto, que também a Alemanha, a França, a Inglaterra, o Canadá,
a Itália... são expressões desse mesmo imperialismo.
Não
há uma só palavra do sr. Fidel Castro dirigida às massas trabalhadoras do EUA.
Por sua vez, dele não parte nenhuma ofensa ou acusação ao imperialismo na sua
forma alemã, inglesa, francesa ou japonesa. Isso apenas expressa o grau de
atraso e de indigência política do chamado, indevidamente, marxismo-leninismo
ou mesmo marxismo-leninismo-trotskismo.