terça-feira, 3 de agosto de 2010

Poder público

Temos insistido em mostrar que a burguesia, para manter o sistema capitalista, lança mão de uma cultura baseada em múltiplas e gritantes mentiras. O capitalismo apóia-se sobre o império da mentira e essas mentiras são colocadas em nossas cabeças desde a mais tenra idade. Tratam de nos passar essa cultura de equívocos, fantasias e crendices, as nossas famílias, as escolas, as igrejas e os meios de comunicação. E nós, inadvertidamente, repetimos esses discursos mentirosos que nos foram impostos como se fossem idéias nossas. Dentre as múltiplas e descaradas mentiras, existe uma gravada na festejada Carta Magna cujos termos são os seguintes: “todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido.” Bela e deslavada mentira! O poder é o Estado, e o Estado com suas inúmeras instituições desde a polícia, forças armadas, aparelhos administrativos e judiciários, e às escolas, representa o poder da burguesia sobre o conjunto da sociedade.
Dizendo melhor: no capitalismo, o poder é o Estado e o Estado é conduzido de acordo com os interesses da burguesia e não será o simples ato de votar que possibilitará a substituição do poder burguês pelo poder popular. Falar em poder público, em poder do povo no capitalismo, é cometer uma fraude uma vez que o Estado permanece intocado. Governos e parlamentares vão e vêm, enquanto isso o Estado permanece e ele é a encarnação do poder burguês. Resta-nos, portanto, buscar outros caminhos. Resta-nos buscar construir organismos de poder popular como sindicatos livres, associações de bairros autenticas e representativas, comitês de fábricas e de outros lugares de trabalho, entidades de jovens sejam nas escolas, nos bairros e nos movimentos culturais. Isso, porém, não implica em dizer que não devemos participar dos processos eleitorais e buscar utilizar-se deles para denunciar os verdadeiros inimigos do povo.
No capitalismo não existe poder público. Existe, sim, o poder burguês. Quanto ao chamado dinheiro publico, não passa de recursos que servem antes de tudo ao grande capital.

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