Perdoem-nos a linguagem, porém, faremos uso dela para lançar mão de uma pergunta: Por ter visto, por ouvir dizer ou por outras vias, alguém já acusou a existência de uma cobra de três cabeças? É verdade que a lenda suporta a afirmação de duplicidade cefálica. Deixemos claro, porém, que a segunda não passa de uma suposição, não tem respaldo na realidade. Mas nunca se chegou a aventar a hipótese da existência real de uma cobra de três cabeças.
Nos idos da Guerra Fria, estimulou-se, com muito empenho, a criação de um chamado Terceiro Mundo. Isso pretendia dizer: um mundo formado por três pólos: o capitalismo desenvolvido; o segundo mundo, representado pelos “países socialistas” e o terceiro que seria um conglomerado de países emergentes.
Na década de cinquenta esteve no auge a chamada proposta terceiro-mundista, representada por Abdel Nasser, Sukarno, Indira, Nerhu e outros próceres. Tal proposta estaria calcada na construção de uma “terceira via” e assim, o mundo estaria dividido da seguinte forma: os países ricos, os “países socialistas” e até se falava num quarto mundo.
Ora, apesar dessa política terceiro-mundista servir aos interesses das grandes potencias, ela era uma fraude completa, tão completa e tão fraudulenta quanto seria aquela de presumir a existência de uma cobra de três cabeças.
No capitalismo, a realidade esta posta da seguinte forma: um primeiro pólo é representado pelo capital e um segundo, pelo trabalho. Apesar de algumas nuances, algumas diferenças, representadas por alguma camada ou casta social a verdade é que se impunha um caráter bipolar, seja do ponto de vista econômico, político ou social. Exatamente assim se apresentava a realidade e o embuste no sentido de buscar outros atributos, filhos da má fé, que redundaram em nos impor uma trágica realidade.
“Desapareceu” o mundo bipolar cedendo lugar a uma pluralidade que, nada mais nada menos, é a chamada globalização em crise maior, chegando agora às fronteiras dos países árabes. O destino é somente um: o socialismo ou a tragédia total.
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