Assistindo a um desses programas policiais onde é costume bravejarem contra “delinquentes pobres”, escutei o seguinte: uma residência de um bairro nobre havia sido pixada por dois menores, e o delegado determinou que eles pintassem a mansão que haviam sujado. O apresentador, fingindo indignação, disse que o castigo era pouco, devia-se esfregar a cara desses delinquentes para lhes servir de lição. Nunca vi nenhum apresentador desses programas sugerir que se esfregasse a cara do Sr. Maluf, diante das roubalheiras por ele impunemente praticadas. Deveríamos esfregar a cara de Jader Barbalho que assaltou o Banco da Amazônia? E o Sr. Romero Jucá, líder dos governos FHC, Lula da Silva e hoje Dilma Rousself, onde se haveria de esfregar-lhe a cara? E o Sarney, que castigo humilhante mereceria pelos tantos roubos praticados? E para a quadrilha do mensalão, chefiada pelo sinistro José Dirceu, haverá castigo? A lista dos ricos que roubam e vivem na impunidade é grande. Enquanto isso, 60% da população carcerária do Brasil é formada pela juventude pobre que tem de 18 a 24 anos de idade. Esses sim, têm suas caras esfregadas e exibidas nos programas policiais, que gozam de grande audiência e servem de trampolim para eleger esses valentes apresentadores a cargos públicos.
Vê-se em tudo isso, o retrato pronto e acabado da hipocrisia que cresce viçosamente sobre o lodo que o sistema capitalista tão abundantemente produz. Faz pouco, um juiz de direito embriagado, quando voltava de uma balada, atropelou e arrastou por 123 metros um pobre motoqueiro. Apesar de embriagado, não foi lavrado o flagrante e ele pagou uma fiança de 900 reais e foi colocado em liberdade. Temos que assinalar que esse senhor tinha os 900 reais disponíveis, o que não aconteceria com grande parte de pobres e miseráveis que venha a cometer um delito que se julgue afiançável. Por sua vez, a titularidade desse senhor concede-lhe uma imunidade que o deixa muito longe do alcance dos braços curtos da justiça, quando se trata de alcançar os delinquentes ricos.
Quem era esse apresentador? Mas nem importa. Aqui no Ceará, apenas Nonato Alburquerque( e note-se ele não se candidata a cargos politicos - pois tem profissionalismo)tem transparência e fala com imparcialidade.Quando eu assisti o filme Tropa de Elite o personagem Fortunato me lembrou logo, de primeiro instante, Victor Valim, Ferreira Aragão, Edison Silva.É triste.Esses são uns sensacionalistas e mercenários.
ResponderExcluiré o capitalismo racista e covarde, aliás é o facismo...
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