Temos lembrado, constantemente, que
as revoluções burguesas trouxeram, como grande conquista para a humanidade, as
liberdades democráticas. Lembramos que a burguesia assim procedeu não por
generosidade, nem por esperteza, e sim pela necessidade em quebrar todas as
amarras do velho sistema feudal.
A burguesia necessitava de amplas
liberdades, fossem elas econômicas ou políticas. Os socialistas, vindos após a
revolução burguesa, não rejeitaram a democracia política embora reconhecessem
que por trás dela existia a ditadura do capital sobre o trabalho. O fascismo
foi à revogação completa da democracia política. Discurso único, partido único,
imprensa única, polícia política, intolerância, excludência, compunham o fascismo.
Essa política se deu, em seu primeiro
momento, na URSS. Ali também não foram tomadas essas providências senão pela
necessidade em se instaurar o capitalismo de Estado. Essa tarefa, a construção
do capitalismo de Estado, sob o rótulo do socialismo, não poderia acontecer sem
que houvesse o Estado policial. Expressão contundentemente sanguinária do
fascismo em maior proporção se deu na Alemanha hitlerista. Isso não quer dizer
que em outros lugares essa prática tenha sido indolor.
Hoje expressão mais contundente do
fascismo é a Coréia do Norte. Ali se cometeu e se cometem as maiores perversões
políticas. Descaradamente lá foi implantada uma tirania hereditária e tudo isso
sob a bandeira vermelha marcada com o símbolo da foice e do martelo. O
intrigante e condenável, é que muitas pessoas de boa fé sintam-se na obrigação
de defender esses e outros crimes praticados em nome do socialismo quando na verdade
essas experiências, ou seja, essas anomalias deram-se e se dão contra os
interesses reais do projeto socialista. Faz-se, portanto necessário e urgente,
que façamos uma reflexão sobre este assunto de forma a compreendermos que esses
fatos tem se constituído na força maior da propaganda anticomunista, quando os
conservadores aproveitam-se para dizer que, embora o capitalismo tenha os seus
“defeitos”, a experiência dita comunista foi muito além com os crimes
praticados, indevidamente em seu nome.