Ninguém,
de sã consciência e honestidade, poderá negar o talento literário do Sr. Jorge
Amado, belo contador de histórias e construtor de fantasias. Tive a
oportunidade de conhecê-lo, na cidade de Alcântara, estado do Maranhão, onde
ele buscava o silêncio para escrever um dos seus livros, que terminou de
fazê-lo na ampla mansão do “bom burguês”, Eduardo Lago, em São Luiz. A
característica maior de Jorge Amado era falar muito. Se era bom ouvinte, não
tive a chance de saber.
Tinha,
desde aquela época, uma repulsa muito grande por esse escritor venal, cuja pena
mágica, colocou a serviço do “pai Stalin”, como ele mesmo chamou. Era mais um
escritor, que se colocava a serviço do stalinismo, assim como fizera Pablo Neruda,
no Chile, e tantos outros dramaturgos, poetas, cinegrafistas e escritores de
vários naipes.
As
obras de Jorge Amado eram, regra geral, criminosas, e fica até difícil
ressaltar qual delas a mais perniciosa. No livro Os subterrâneos da liberdade, ele comete os mais cruéis crimes de
calúnia, ressaltando dentre eles, o de acusar o grande militante socialista
Hermínio Sacheta de traidor e oportunista. No livro O mundo da paz, ele descreve a URSS, do “pai Stalin”, como um país
onde corria leite e mel. Do senhor Carlos Prestes, homem de têmpera e coragem,
porém formado pela Academia de Ciência da URSS, e serviçal inconteste das
ordens de Moscou, ele promoveu sobre o dito senhor várias lendas e a partir
delas produziu o livro O cavaleiro da
esperança.
Os
escribas, os poetas, os dramaturgos que se colocaram a serviço dessa obra monstruosa
que responde pelo nome de stalinismo, têm um debito avultado para com a História
e, sobretudo, para com as classes exploradas e oprimidas, na medida em que
esses senhores forjaram, mundo afora, uma legião de pessoas crédulas em tantas
lendas e fantasias perniciosas, pois calcadas na mentira e a mentira interessa,
antes de tudo, ao capitalismo, enquanto a verdade é revolucionária e por essa
razão ela é perseguida sistematicamente, particularmente, a verdade histórica.
Lá pela metade da década de 60 do século passado, fomos quase compelidos a ler todos os livros do Jorge Amado, era uma coleção de 18 livros. Era a tarefa que recebíamos dos núcleos de esquerda que pertencíamos à época. Tínhamos que ler e responder os questionamentos dos nossos camaradas de então. Concordo com Gilvan Rocha, quando diz que Jorge Amado, transformou-se em um interlocutor do sistema capitalismo e por via de conseqüência um traidor da classe trabalhadora.
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