A nova geração não conhece o sentido
da palavra: debreou. Na época da luta armada, quando alguém desistia da
militância colocada naqueles termos, dizia-se que fulano debreou. Na linguagem
auto-motiva, debrear é colocar a marcha no ponto neutro ou ponto morto.
Quando se deu a aliança entre Lula e
Maluf, Erundina, que havia sido escolhida para a chapa do Haddad para prefeito
de São Paulo, veio á publico e renunciou a essa postulação, em protesto a tão
espúria coligação. Infelizmente, a deputada Erundina arrefeceu e debreou, vindo
á publico afirmar que estaria engajada na campanha petista/malufista, abandonando o seu momento de
bravura que foi tão bem recebido por companheiros, espalhados Brasil a fora.
A atitude
da Erundina deixa claro a fragilidade de grande setores da esquerda. Essa
fragilidade é responsável pelo fato de algumas pessoas, até bem intencionadas, mas
sem a sustentação que nos dá os princípios do socialismo cientifico, ficar a
mercêr das pressões da burguesia e, consequentemente, da imposição dos
interesses que servem ao capitalismo.
Esse, entre outros tantos exemplos, nos
servem para compreender que é necessário e urgente a criação de outra esquerda,
fincada nos princípios do socialismo revolucionário e, dessa forma, capaz de
reagir tanto às pressões da burguesia e seus prepostos, como das inúmeras
armadilhas que eles costumam colocar em nossos caminhos. E muitos, de nós por
falta de clareza, ou seja, por falta de lucidez socialista, terminam por elas
sendo enredados.
Erundina debreou, isso porém, é menos
grave se comparado com uma legião imensa de petistas, deles de matriz
pretensamente socialista, que capitularam diante do capitalismo e se passaram,
de malas e bagagens, para o lado da burguesia, prestando os seus “estimáveis” serviços e por eles sendo,
devidamente compensados, seja por via das vantagens materiais que usufruem,
seja por outras benesses, mimos, prestigio que a classe, ora dominante, tem o cuidado de
lhes dispensar.
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