Sabemos que o
desejo imediato das massas trabalhadoras é mudar a sua forma de viver. É desejo dessa massa ter direito a um emprego, a um
salário condigno, a uma boa moradia, à segurança, à educação, a uma assistência
à saúde de boa qualidade, transporte confortável e seguro, e assim teríamos uma
lista infinda de reformas desejadas pela população. Dizemos reformas por que
tudo isso é pretender mudar o formato, sem pretender mudar o conteúdo. Nesse
sentido, reformar é, como se reforma uma casa, é pretender conservá-la. Esse
sentimento natural que possuem as massas trabalhadoras do mundo inteiro é que
faz de suas vidas uma luta permanente. É justo, portanto, que estejamos ao lado
do povo quando ele reivindica essas reformas que lhes permitam uma vida de
menor sacrifício. Contudo, é obrigação dos esclarecidos dizer que o mundo socioeconômico
que vivemos, o capitalismo, é incapaz de oferecer a plena satisfação das massas
trabalhadoras. As reformas permitidas dentro desse sistema têm limites, e os
donos do poder, que servem aos interesses dos capitalistas, não permitem que se
ultrapasse um milímetro sequer desses limites. Algumas reformas que, aqui e
acolá, conquistam as massas trabalhadoras e elas, por uma razão ou outra, sentem-se
satisfeitas com pequenos ganhos e isso é importantíssimo para a conservação do
sistema capitalista.
Hoje, quase não
temos uma esquerda que denuncie o caráter limitado das reformas. A imensa
maioria da “esquerda” deu as costas ao socialismo, renunciou à luta de
transformação para se tornarem meros reformistas. Deles acalentam a ilusão de
que perseguindo o caminho das reformas, gradativamente, chegaremos a promover a
transformação e isso não é verdade não, passa de mera ilusão ou de um discurso
de má fé. Aqui no Brasil temos o exemplo do PT, PSB, PCdoB que se transformaram
em partidos reformistas e daí tornou-se fácil pular para uma posição
fisiológica, ou seja, uma posição política que lhes permite participar das
instituições burguesas, prestar-lhes serviços e pelos serviços prestados,
merecer algum quinhão, quando não, verdadeiras fortunas como é ilustrativo o
caso público de Antonio Palocci.
Assim dá-se uma
infeliz regressão: de pretensos revolucionários pula-se para o reformismo e daí
para o fisiologismo e a gatunagem explícita. Restam pequenos grupos que tentam
fugir desse caminho e procuram resgatar o socialismo revolucionário alvo de uma
acachapante derrota em nível mundial.
muito bem camarada Gilvan Rocha, a luta por reformas deve ser apenas um meio e jamais um fim, pois é impossível resolver as mazelas sociais nos limites do capitalismo, por isso, a luta por reforma tem que ter um rumo à revolução socialista.
ResponderExcluirEsse deve ser o discurso da esquerda, negar esse fato, é fazer o jogo da burguesia! Parabéns, Gilvan!
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