Dentre os partidos que se reivindicam
“marxistas-leninistas” ou mesmo “marxistas-leninistas-trotskistas” é costumeiro
ouvirmos que a nossa participação no processo eleitoral, deve-se ao fato de
podermos denunciar o capitalismo. A triste realidade é que essa denúncia não se
observa. Diante dos problemas sociais, que vão da natalidade, à saúde, à
segurança , ao desemprego, ao uso das drogas...
O que vemos e ouvimos são tagarelices, tanto dos partidos da direita
explícita, quanto dos partidos que se autoproclamam de esquerda.
Explorando a desinformação reinante no
seio do povo, esses senhores limitam-se a tratar as questões sociais,
unicamente, pelo prisma administrativo. Diante do problema da saúde, propõem a
construção de um, dois, três mil hospitais; o mesmo raciocínio dá-se no quesito
educação quando ouvimos com insistência a proposta de construção de escolas em
tempo integral e outras conversas. A violência crescente tem sido tratada da
mesma maneira, sugerem-se penitenciárias, delegacias e o aumento do efetivo
policial.
Em outras palavras, quão é lastimável vermos
e ouvirmos essas campanhas eleitorais sem que nelas sejam denunciadas as causas
que movem as inúmeras e incontáveis desgraças sociais. Eles não ousam dizer que
a solução está na desconstrução do capitalismo. Agem como se não houvesse
classes e camadas sociais distintas, como se não houvesse tantas e quantas
desigualdades.
Assim sendo, ao invés de aproveitar os
processos eleitorais para uma denúncia consistente do capitalismo como causa de
tantas iniquidades, procuram-se outros caminhos, procuram-se outros rodeios de
forma que tais atalhos, deixem intocáveis o capitalismo. E isso é, como já
dissemos, extremamente penoso, na medida em que se foge da verdade para acalentar
a massa do povo com promessas, lendas e mentiras e, dessa forma, assegurar a
manutenção do capitalismo ao invés de tentar construir uma cultura política de
natureza anticapitalista como se faz necessário.
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