Diante do escândalo do Carlinhos
Cachoeira veio à tona o comprometimento de um governador do PSDB, outro do PMDB
e, por ultimo, um do PT. Esses partidos e suas lideranças buscam um acordo para
que nada seja, de fato, apurado e os governadores envolvidos diretamente, sejam
poupados. Isto é um acordo de bandidos, um pacto de mafiosos. Tudo isso feito
às claras. Não têm sequer o escrúpulo de proceder de maneira recatada. Isso talvez
em razão do papel que tem jogado a imprensa, ao tornar publica as mutretas dos
governos federal, estaduais e municipais. Ficou clara a intimidade do
governador Sérgio Cabral, do PMDB do Rio de Janeiro, com a empreiteira Delta,
que se tornou o maior consórcio da bandidagem brasileira. Ficou claro também, o
envolvimento do governador Marconi Perilo, do PSDB de Goiás, com o contraventor
Carlinhos Cachoeira. O mesmo grau de envolvimentos com essas e tantas
maracutaias, observou-se por parte do governador do Distrito Federal o petista
Agnelo Queiroz.
Não podemos ter saudade das práticas
políticas dos anos anteriores a 1964, mas a bem da verdade, naquela época,
existia uma legião de políticos burgueses de perfil ideológico, que exibiam uma
conduta ilibada. Com o golpe, os políticos ideológicos foram banidos, pois os
golpistas pretendiam criar uma leva de políticos de perfil tecnocrata para gerir
os negócios do capitalismo de forma mais eficaz.
Tal projeto fracassou por completo,
e ao invés dos políticos ideológicos, deu-se justamente o contrário, proliferaram
os políticos fisiológicos e a corrupção passou a campear de norte a sul, de
leste a oeste, do PT de Lula ao PP de Maluf, e o quadro atual apresenta-se como
um verdadeiro fim de festa, onde os que têm chance procuram se locupletar de
forma inescrupulosa e ostensiva. No entanto, não seríamos razoavelmente coerentes,
se não encarássemos esses fatos como sintomas da desagregação do sistema
capitalista, plenamente agonizante, que se mantém de pé por força das muletas que
a esquerda direitosa lhe fornece.
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