Durante o estado de exceção, a
ditadura tornou-se comum a que elementos das Forças Armadas e da polícia aplicassem
odientas sessões de tortura aos presos políticos. Eram muitas as modalidades
aplicadas. Alguns morreram, outros ficaram traumatizados pelos horrores que
viveram, fossem na polícia ou nos quartéis das “gloriosas” Forças Armadas do
Brasil, sempre prontas a defender a qualquer custo o direito “sagrado” da
burguesia em usufruir as benesses da propriedade privada. O louco mundo da
tortura aos militantes políticos já serviu de motivação a alguns filmes e outras
denúncias.
Para os torturados, a serviço do
sistema capitalista não havia limites. Uma certa companheira, barbaramente
torturada, chegou aos limites de sua resistência e os torturadores, para desmoralizá-la,
ordenaram que ela usasse o aparelho elétrico para aplicar choques em outro
companheiro de sua mesma organização política. Ela, completamente quebrada,
obedeceu aos esbirros da burguesia e operou uma sessão de choques elétricos no
companheiro. A citada companheira conseguiu sobreviver e, quando cobrada pelo
seu ato involuntário de se prestar a ser torturadora ela respondia de uma forma
um tanto ingênua. Dizia ela: aceitei a imposição porque parti do principio de
que sendo eu a manobrar a máquina de choque, o faria de forma menos violenta,
portanto menos dolorosa.
O argumento da companheira
“torturadora” é semelhante ao que é usado pela esquerda direitosa,
particularmente, pelo PT, PSB e PCdoB, quando se propõem a executar a política
burguesa nos níveis municipal, estadual e federal, sob o argumento de que eles
farão com que essas instituições do sistema socioeconômico vigente, cujo
objetivo é assegurar a ordem social e garantir vultosos lucros à burguesia,
sejam menos cruéis no seu desempenho. Dizendo melhor, eles argumentam que
poderão tornar as instituições capitalistas que eles dirigem, em instrumentos
capazes de tornar o capitalismo mansinho, o que equivale a pretender converter leões
em animais vegetarianos.
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