Quando você se propõe a atingir um
objetivo ou construir uma obra, você faz uso de instrumentos, ferramentas.
Imaginemos estar dispostos a construir uma mesa, e para atingir tal objetivo
precisamos de alguns instrumentos, como um martelo, um cepilho, uma pua, um
serrote. Na medida em que esses instrumentos estão devidamente aptos a permitir
que atinjamos o nosso objetivo, não podemos descartá-los, pois são necessários.
Imaginemos que um dos instrumentos, o serrote, por exemplo, está ficando
ineficaz e tratamos de tentar corrigir os seus defeitos, mas se esse
instrumento ao invés de nos ajudar, está prejudicando nossos objetivos, ele
terá que ser descartado para que possamos assumir instrumentos à altura dos
nossos propósitos. Isso parece-nos muito claro.
Pondo de lado o exemplo da mesa e
das ferramentas necessárias, tratemos das questões sociais, que atormentam a
vida da imensa maioria sujeitando-a a descabidas mazelas. Para enfrentar essa
situação desconfortável e atingir uma sociedade livre dos absurdos sociais da
atual sociedade capitalista, é necessário o uso de meios capazes de nos
favorecer nesse objetivo.
Dentre os múltiplos instrumentos
capazes de nos ajudar a viabilizar a tarefa de desconstruir o capitalismo e
construir uma sociedade igualitária, de justiça e paz, o partido político de
conteúdo anticapitalista é, sem dúvida, um instrumento importantíssimo.
Entretanto, se algum partido, a exemplo do serrote, tornar-se
imprestável à nossa tarefa, a única saída, após tentar consertar os seus
defeitos e distorções, é descartá-lo completamente.
Dessa forma o fundamental é a causa,
os objetivos, e em segundo plano os instrumentos pertinentes a consecução desses
objetivos. Os partidos ditos anticapitalistas, só merecem ser cultuados enquanto
cumprirem o seu papel de instrumento fiel, levando às massas populares a denúncia
do atual sistema socioeconômico e propondo a construção de uma sociedade sem
classes e camadas sociais, uma sociedade socialista.
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