Os trabalhadores de todo
o planeta têm dois objetivos. O primeiro é a conquista de melhores salários e condições
de trabalho. Tratam-se de interesses imediatos de natureza reformista, isto é,
medidas que alteram a forma sem alterar a essência da vida. O seu segundo
objetivo, se volta para o conteúdo. No capitalismo o conteúdo está definido
pelas relações e objetivos de duas classes: a burguesia e os trabalhadores. A burguesia
têm o proposito de obter lucro, mesmo que para isso, haja de destruir a
natureza, ceifar vidas, produzir mazelas sociais. Os trabalhadores vivem de
vender a sua força de trabalho em troca de salários.
Essa realidade leva a que
a burguesia procure manter o capitalismo. Aos trabalhadores cabe a tarefa de
romper com essa ordem econômica e social e se libertar dela construindo um
mundo onde não haja a exploração do homem pelo homem. Em geral, os
trabalhadores, por falta de informações, se prendem somente aos interesses
imediatos e não se dão conta de que no capitalismo não existem, para eles, ganhos
definitivos. O que lhe é dado hoje é tomado amanhã.
Um partido que
represente os interesses históricos das classes trabalhadoras teria, como
missão principal, levar a essa classe os esclarecimentos necessários para que
ela dê um salto de qualidade evoluindo do reformismo, para o socialismo. No Brasil,
temos um partido que, nascido das lutas sindicais, se autoproclamou partido dos
trabalhadores, porém, o que temos visto é a sua busca em cumprir a tarefa de
gerenciar o capitalismo, permitindo e praticando toda sorte de ilícitos, de má
conduta.
Passada as eleições de
2014, o PT se volta para formação de seu “novo” governo. O ponto nevrálgico é a
escolha da equipe econômica. E onde o PT vai buscar nomes? Nas centrais
sindicais? Nas suas bases partidárias? Não! O PT se volta para os grandes
capitalistas, a quem cabe a missão real de escolher aqueles que vão comandar os
seus interesses.
Não existe, pois, o Partido
dos Trabalhadores. Existe uma agremiação que, em troca de vantagens, se presta
a segurar as massas trabalhadoras, congelando os seus sindicatos e suas
centrais, para garantir paz aos senhores. Isso é preciso ser dito. Não é tarefa
de um partido de trabalhadores servir ao capitalismo. Pelo contrário, ele teria
que ser, claramente, anticapitalista, para merecer esse nome.