As
categorias políticas, em geral, têm sido de difícil compreensão para muitos, em
decorrência da confusão conceitual que dela se faz. Temos lembrado que a
democracia política produzida pelas revoluções burguesas, particularmente pela clássica
Revolução Francesa, foi um grande patrimônio, uma grande conquista para a
humanidade. Os marxistas não desprezaram esse patrimônio, mas não se
contentaram com essa conquista e propuseram que, para além da democracia
politica, buscássemos a conquista da democracia
social. Dai a expressão social-democracia, que depois foi enlameada como
foram, em momento distintos, enlameadas as palavras socialistas e comunistas,
dado o seu uso indevido e até criminoso.
Retornemos,
porém, às nossas argumentações. Partindo do principio que a liberdade para a
burguesia era uma necessidade, ela havia de romper com todas as amarras do
velho feudalismo. Assim, ela permitiu conquistas tais como: o voto universal e
secreto; o direito de ir e vir; liberdade de pensamento e organização e tantas
outras conquistas que foram revogadas quando se instituiu um governo policial
que impunha um discurso único; um partido único; a supressão do livre debate; a
instituição de uma policia politica; a instauração de campos de concentração para
os dissidentes e outras medidas coercitivas.
Esse
procedimento é conhecido pelo nome de totalitarismo ou fascismo e ele só pode
se realizar no âmbito do capitalismo. Foi justamente na URSS, dado à
inviabilidade da proposta socialista e da necessidade de se cumprir tarefas do
capitalismo, através do Estado, que se deu o primeiro ato de revogação das
liberdades democráticas. Ou seja, foi aí que se deu a primeira prática de uma
política, inegavelmente, totalitária ou fascista.
Depois
dessa primeira experiência totalitária, vamos encontrar o exercício do fascismo
na Itália de Mussolini e na Alemanha de Hitler. Veja-se que nos casos citados
observa-se a revogação da prática democrática e a construção de um Estado
eminentemente policial.
Por
seu turno, vale salientar que não procede taxar de fascistas governos
autoritários e até sanguinários, pois a conceituação de fascismos tem uma conotação
muito mais profunda e abrangente. O fascismo é, antes de tudo, a
contrarrevolução na sua forma mais exacerbada e ela se dá através, tanto do
stalinismo, como posteriormente, do nazifascismo.
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