Há anos caiu, em minhas mãos,
um livro do excelente romancista revolucionário Máximo Gorki, cujo título era:
Os Degenerados.
Muitos dos que se
reivindicam marxistas imaginam que o único pecado do capitalismo é a exploração
da mais-valia e as agressões à natureza, depredando-a, criminosamente, em
escala crescente.
Mas a grande verdade
consiste em que os malefícios desse sistema vão muito além, quando promovem a degradação
dos seres humanos. Corrompendo os
costumes, ele gera verdadeiras patologias sociais que vão desde a pedofilia aos
estupros seguidos de morte, ao crescente aumento do uso das drogas lícitas e
“ilícitas”.
A exacerbação do sexo
quando, até para vender um automóvel ou um simples biscoito, são exibidos belos
corpos femininos, postados de forma provocante, pelo que nos parece, isso gera
grandes desajustes de comportamento no que concerne às relações de amor e
prazer, quando o ultimo sentimento, o prazer, termina por se impor.
A classe operária, tratada
de forma paternalista e, sobretudo, idealizada, não foge das garras desse
sistema exaurido, sempre pronto a produzir mazelas sociais, enquanto, no que
diz respeito ao costume, há um inegável espaço para que sejam gerados vícios
degradantes e perversões.
Em uma abordagem romântica,
feita no Manifesto Comunista, através dos jovens socialistas Karl Marx e
Frederico Engels, eles tentam mostrar o proletariado imune aos pecados
mundanos, depositários de virtudes, enquanto a classe burguesa, incapaz do exercício
do amor, se contentava em se cornear entre si.
Essa visão romântica levou a
que o grande cineasta italiano, Fellini, fizesse seu grande filme: “A doce
vida”, em que tenta retratar o viver burguês como tedioso e infeliz, o que não passa
de uma distorção que levou alguns a concluírem que eram os pobres, felizes,
porque não padeciam do tédio, nem tinham o hábito de se cornearem, e isso é
totalmente falso.
Os degenerados, hoje e
ontem, dentro do capitalismo, constituem-se em vítimas de um sistema exaurido.
Negar a existência deles é um ato de esconder as evidências, enquanto as drogas
estão presentes, transformando jovens em agressivos delinquentes, quando não em
zumbis, mortos-vivos, pois vivem mergulhados no alcoolismo ou em outros tantos vícios
degradantes.
Diante disso, se levantam
duas correntes: Uma, aposta que a solução estaria na repressão policial. Outra,
acredita na permissividade como forma de tratar positivamente o problema. Do
nosso ponto de vista, achamos que, no âmbito do capitalismo, ambos os caminhos
têm se mostrado ineficazes, ou melhor, dentro dos marcos do sistema
socioeconômico vigente não há lugar para uma vida social saudável e digna, pois
as iniquidades sempre estarão presentes, enquanto perdurar esse sistema.
Em razão desse ponto de
vista é que guardamos reservas em relação à iniciativa do tipo: Marcha da
Maconha; marcha das vadias e as espetaculares paradas gays.
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