No
início do século passado, dá-se o surgimento da indústria automobilística. Essa
indústria teve vários berços, mas foi nos EUA que ela assumiu um maior vigor. O
automóvel tornou-se, além de um meio de transporte rápido, sinônimo de conforto
e, sobretudo, prestígio. De tal forma exitosa, a indústria automobilística invadiu
o mundo.
Há
cerca de três décadas passadas, numa palestra que fizemos, afirmamos que o
automóvel tendia a se transformar em um trambolho e é isso mesmo o que está
acontecendo, pois a cada dia, torna-se difícil transitar e estacioná-lo.
Tenta-se resolver essa questão por via da engenharia, construindo-se viadutos,
elevados e túneis, entretanto, essas medidas não têm se mostrado eficazes para
a solução do problema da mobilidade urbana.
Há
os que clamam, com justiça, para que se faça maiores investimentos nos
transportes de massa: trens, metrôs e ônibus. Mas, apesar da justeza desse pleito,
menos automóveis e mais transportes de massas, a lógica do capitalismo contemporâneo,
nessa questão, pressiona no sentido de que se aumente a frota de carros,
congestionando as cidades.
A
força dos interesses da indústria automobilística é tamanha que, no caso do
Brasil, vimos o governo “progressista” do PT e PCdoB, proceder ao incentivo na
aquisição de automóveis, isentando-os, por um largo período, de impostos, ao
mesmo tempo que ampliava as linhas de crédito, e o resultado foi catastrófico. Uma
verdadeira política de mobilidade, voltada para o bem estar social, não poderia
ser jamais essa que é levada a cabo pelo governo petista. O correto seria
elevar os impostos para os usuários de automóveis e, assim, criar um fundo
capaz de promover o financiamento dos transportes coletivos.
Essa
postura, porém, não se adéqua muito bem aos interesses mais imediatos do
capitalismo e o governo petista nunca esteve, nem está, a serviço dos
interesses da coletividade, pois como governo, sua missão é gerenciar os
interesses do sistema socioeconômico vigente. Diante disso, é hora de nos
colocarmos de pé e bradarmos, veementemente, por uma mudança radical na
política de mobilidade urbana, clamando por mais e melhores transportes
coletivos e menos automóveis.
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