No Egito antigo,
dizia-se: “os aprendizes têm os ouvidos nas costas”. Esse princípio
“pedagógico”, partia do pressuposto que para aprender era necessário levar
algumas chicotadas. Isso equivalia dizer que a palmatória, de antanho, era um
instrumento pedagógico e esse argumento vem reforçar a tese de que só se aprende
apanhando.
Ora, parte
de nossa esquerda, principalmente os que enveredaram pela luta armada, tiveram
muitos dos seus militantes presos, submetidos a sessões de tortura. Dentre os
torturados, tem-se a figura, da então militante socialista, Dilma Roussef. Pelo
visto, ela nada aprendeu pela via da violência de que foi vítima. Ao invés de
ter reforçado as suas “convicções socialistas”, ela se revelou um quadro pronto
para gerenciar o capitalismo.
Os exemplos
são muitos e não se esgota no caso da Presidente. Com tristeza, vemos que
muitos são os ex-militantes de esquerda que capitularam e se colocaram como
“office boys” e “office girls” do sistema socioeconômico vigente. Revelador é o
triste caso do ex-guerrilheiro José Genuíno. Ele foi preso e submetido à tortura.
Depois de ter se prestado a ser garoto propaganda da democracia burguesa, e réu
do Mensalão, assume hoje a condição de assessor do Ministério da Defesa.
O Ministério
da Defesa é constituído pelas Forças Armadas. É o braço armado da burguesia e
sua função é garantir a sustentação do capitalismo, mesmo que para isso seja
preciso rasgar a tão festejada CARTA MAGNA, ou seja, rasgar a Constituição,
como foi feito, em 1964, por ocasião do golpe contra revolucionário,
indevidamente chamado de golpe militar.
Os múltiplos
casos, dos que apanharam, e apanharam feio, dos órgãos policiais e militares
que servem à burguesia, desmonta completamente a tese de que a violência e o
castigo físico, permitem que haja um real aprendizado. Os exemplos que
dispomos, dos caminhos percorridos por certa esquerda, auto- intitulada de radical,
são suficientes para sepultar definitivamente, o recurso “pedagógico” do uso do
chicote egípcio, para promover o aprendizado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário