O
ministro do STF, Ricardo Lewandowsky, votou pela absolvição dos réus, João
Paulo e Marcos Valério, no julgamento do mensalão. O seu voto foi escandaloso,
porém, tratava-se de um escândalo esperado, pois o aludido ministro é amigo, de
copa e cozinha, do ex-presidente Lula, interessado na absolvição dos
mensaleiros envolvidos naquele vergonhoso episódio.
O
julgamento é marcado por um cenário teatral, não faltando mesuras e atos
explícitos de hipocrisia. Há um clamor, orquestrado pelos que apostam na
impunidade, no sentido de que o julgamento se dê a partir dos dados
estritamente técnicos e não se caracterize por um julgamento político, como se
isso fosse possível.
Ora,
sabemos que nossas atitudes revestem-se de atos políticos. Isso se dá quando
falamos, contestamos, ou quando nos omitimos. Pretender que existam ações,
inclusive do silêncio e da omissão, isentas de conotação política frente ao
contexto histórico e as suas circunstâncias, é uma postura ingênua, equivocada
ou de má fé.
A
verdade é que uma parcela expressiva da sociedade acompanha atentamente o
desenrolar desse julgamento histórico. Grande parcela da população espera que
os que delinquiram sejam exemplarmente punidos, entretanto, sopram os ventos da
desconfiança de que tudo termine “em pizza”, no dizer dos descrentes. Esse
desfecho não pode ser descartado, caso tenhamos em conta a natureza do próprio
colegiado de juízes supremos, do seu processo de escolhas, do nível dos
advogados de defesa pagos a preço de ouro, e outras circunstâncias.
Haveremos,
porém, de considerar que, no caso de haver uma absolvição, ela servirá como
testemunho eloquente de que a República Democrática Burguesa é uma tremenda
fraude, pois a verdade é que ela, enquanto instrumento político, está a serviço
dos interesses do capitalismo e os braços curtos da “justiça” mostram-se
incapazes de alcançar os delinquentes ricos. Para fundamentar o que foi dito,
basta lembrar o contundente exemplo do sr. Paulo Maluf, pois a sua impunidade
denuncia o caráter de classe dessa “justiça”.
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