É intrigante, o fato de partidos ditos
socialistas e comunistas não terem, em seu discurso a denúncia do capitalismo
como causa das mazelas sociais. Como faz a burguesia, esses partidos, regra
geral, dizem que o desemprego, os baixos salários, a violência, a prostituição
e tantas outras mazelas sociais, podem ser resolvidas a partir de um bom
gerenciamento, associado a uma prática política honesta.
Esse é o discurso burguês. Ele nos diz que
o capitalismo é bom, desde que bem gerenciado, e esse discurso é totalmente
falso como temos demonstrado em outras ocasiões. A corrupção, por exemplo é
inerente ao próprio sistema sócio-econômico baseado na gritante desigualdade
social. Em um sistema dessa natureza, que se baseia na busca incessante de
lucros para uns poucos, não importa que esses lucros impliquem, em escala
mundial, na assombrosa cifra de dois bilhões de seres humanos vivendo na
miséria absoluta.
Pouco importa à burguesia, sedenta de
lucros, que sejam devastadas as florestas, dizimada toda a fauna, mares,
rios e lagos sejam destruídos, num
processo crescente de supressão da vida em seu sentido mais lato.
Em função desses incontestáveis fatos, é que
julgamos totalmente estranha, a posição dos que fazem as organizações ditas comunistas
e socialistas, em sua maior parcela, de que se esquivando em fazer a denúncia
direta e explícita do capitalismo e esclarecer o povo de que nenhuma das
mazelas sociais, inclusive a destruição do planeta, poderá encontrar resposta
satisfatória nas fronteiras desse sistema. A postura anticapitalista que devemos
assumir, com toda força, não é um capricho, nem tampouco um sonho, uma utopia e
sim, um imperativo histórico retratado no seguinte dilema: “ou a humanidade
destrói o capitalismo ou o capitalismo destruirá a humanidade’’. Desse impasse
não podemos fugir. Trata-se de uma sentença que corresponde a nossa verdadeira realidade
histórica e desconhecê-la é um gesto suicida.
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