Considerando os rótulos, temos, na disputa
eleitoral de Fortaleza, dois candidatos trabalhistas, quatro socialistas, sendo
um deles auto proclamado de “ marxista-leninista-trotskistas” e um candidato
comunista. Apesar desse perfil “avançado”, a disputa eleitoral está aportada no
principio de que a cidade em foco, é um espaço de cidadania. Esse discurso é
reflexo da superada Revolução Francesa de 1789.
Fortaleza, tida como espaço de convivência,
desconhecendo-se o fato de existirem nele classes e camadas sociais com
interesses distintos e conflitantes,serve aos interesses da burguesia. Em
decorrência desses “equívocos”, a campanha eleitoral descamba para as promessas
mirabolantes e até irresponsáveis, enquanto alguém resvala para uma postura de
natureza poética, tipo a volta das cadeiras nas calçadas ou mesmo “Fortaleza Bela”
que se mostrou e tem se mostrado uma retumbante fraude.
Temos insistido em denunciar o discurso corrente
da cidadania. Trata-se de uma manobra política, bem sucedida, levada a cabo
pelos tribunos e vastos seguimentos da intelectualidade, cujo objetivo é
revogar a luta de classes e propor um falso consenso, em nome da cidade ou do
país, e isso é falso.
Alias, a academia burguesa, com o beneplácito
de setores da chamada esquerda, tem procurado promover uma “revolução”
semântica. Em lugar de burguesia, vem o conceito impreciso de elite. Confundem,
por conveniência ou má informação, os conceitos de governo e poder. Usam,
abusivamente, o conceito de república na intenção de que ela é isenta dos
interesses de classes e se presta a cuidar da “coisa pública”, e isso é mentira.
Praticam, pelas razões postas, um incorreto conceito de Estado, tratando-o como
instituição do povo em conflito com instituições privadas. É o reino da confusão
conceitual com implicações do fazer político. É hora de corrigir caminhos. É
hora de levantar a bandeira do anti-capitalismo e dar proposição do projeto socialista
para o conhecimento das massas trabalhadoras.
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