A burguesia
sustenta-se no poder através de um discurso baseado em mentiras. Mentir é seu
dever de ofício. Caso tentasse o discurso da verdade, o seu sistema
socioeconômico desabaria. Assim sendo, o ato de enganar passa a ser uma necessidade,
entretanto, nem tudo que provém do discurso burguês é, necessariamente,
mentira. Algumas vezes, eles partem de uma verdade e sobre ela, constroem um
discurso de natureza enganosa.
Esse
comportamento da burguesia, podemos ver nas denúncias feitas aos chamados “países
socialistas”. Partindo de certas “verdades”, como a de mostrar que naqueles
países, inexistiam práticas democráticas, formulavam o discurso de que o
comunismo levaria, inevitavelmente, aquele “modelo socialista”.
Não só as crueldades praticadas e a ausência
de liberdade, eram os traços daquele modelo. Exploravam, também, o seu quadro
de pobreza. É preciso reconhecer que eles não precisavam mentir. Havia e há,
graves distorções, cruéis atos de
intolerância e sentidas carências. A partir disso, construíam um discurso em
que o stalinismo era sinônimo de comunismo. Conseguiram e, ainda conseguem,
arrebanhar a opinião pública, inclusive das classes trabalhadoras, para esse
questionamento do “socialismo”, assumido como irrefutável, enquanto a própria
proposta do socialismo, como superação do capitalismo, fosse rejeitada.
Não é honesto
negarmos a existência de ditaduras férreas de partidos, ditos comunistas, sob o
errôneo argumento de que as acusações feitas às chamadas experiências “socialistas”,
são falsas porque foram levantadas pela direita. É bastante claro que o
discurso anticomunista levado a cabo pela burguesia, encontrou e encontra
franco respaldo na realidade. Querer subtrair essa verdade, significa querer
tapar o sol com a peneira. O caminho correto, portanto, é assumir a verdade
histórica, considerando que ela é, antes de tudo, revolucionária, e assim
procedendo, estaremos cortando na própria carne. Essa atitude de autocrítica,
porém, é urgente e necessária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário