Está
presente na cabeça das pessoas letradas e iletradas, que governar é um ato de
vontade. É muito comum ouvirmos alguém dizer: “se eu fosse presidente, acabaria com o analfabetismo”, ou então
dizer: “O governo precisa dar um ponto
final na violência”. Assim se sucedem os inúmeros discursos, manifestando a
opinião de que governar é um ato de vontade, um ato de livre querer.
Seguindo
esse raciocínio, bastaria querer e o governante poderia eliminar as diversas
mazelas sociais. No Estado do Ceará, tivemos um exemplo bastante significativo,
quando o sr. Ciro Gomes, eleito então governador do Estado, prometeu fazer uma “Revolução
na Educação”. Em consonância com esse propósito, ele buscou realizar um
inventário, esclarecendo quantos educadores existiam, naquele momento, na rede
de ensino estadual.
Essa
tentativa do então governador, mostrou-se completamente inviável, pois contra um
possível recenseamento, ergueram-se as corporações, os sindicatos dos
professores que, fazendo uso de todos os recursos possíveis, inviabilizaram a
pretendida intenção do sr. Ciro em revelar quantos educadores existiam em sala
de aula e quantos estariam presos às malhas burocráticas.
O levantamento pretendido seria o passo
inicial para a sua “revolução na educação”, entretanto, o governador não teve
poder de realizar esse intento. Trata-se apenas de um exemplo, mas sucessivos
são os fatos que deixam claro, e bastante claro, que governar é, antes de tudo,
um ato de poder e nunca um ato de vontade.
Para
reforçar o que se está dizendo, aí estão as inúmeras aberrações que dão
sustentação ao nosso argumento. Por conveniências, nem sempre nobres, é que o
governo da República nomeia pessoas de comportamento fisiológico para alguns
Ministérios e chega a apoiar o fato de um representante da “Moto Serra de Ouro”,
promotor de criminosos desmatamentos, como é o caso do senador mato-grossense Blairo
Maggi, venha ocupar no Senado a presidência da Comissão do Meio Ambiente.
Esses
fatos, junto a outros tantos, desnudam o caráter subalterno dos governos, que
se curvam aos interesses dos diversos grupos capitalistas. Essa subalternidade,
deixa claro que governo e poder são coisas bastante distintas. O poder é o
Estado e governos são apenas governos, que vão e vêm!
Nenhum comentário:
Postar um comentário