É
um absurdo, mas é fato, que o conceito de classe opressora e classe oprimida,
tenha cedido lugar ao enganoso conceito de nação opressora e nação oprimida.
Tal criminoso feito é obra do conluio do imperialismo burguês com o stalinismo
contrarrevolucionário. A convergência de interesses históricos entre essas duas
partes, produziu essa funesta distorção.
Expliquemos:
a burguesia, por razões óbvias, nunca aprovou a afirmação de que a História da
humanidade, foi movida pela luta de classes. Por sua vez, a burocracia
stalinista, particularmente a burocracia soviética, incrustada no aparelho de
Estado, não tinha interesse em fazer avançar a revolução socialista e, premida
por interesses escusos, tratou de substituir o princípio da luta de classes por
presumidas lutas nacionais. Dizemos mais, a burocracia stalinista pretendia
viabilizar o congelamento da História, dividindo o mundo em áreas de
influência. Dessa forma, prosperou tanto o nefasto nacionalismo, como o
conceito de nação como categoria política, de forma a se pretender obscurecer
os conflitos irreconciliáveis entre classes sociais, com objetivos e interesses
antagônicos.
Quando
se fala no litígio entre palestinos e judeus, pretende-se circunscrever os seus
conflitos, no estreito limite de lutas raciais. Nem a direita explícita, nem a
direita simulada e travestida de esquerda, assume o discurso de que existem
entre os palestinos diferentes classes, o mesmo acontecendo entre os judeus.
Assim
sendo, ao invés de se propor uma aliança entre os trabalhadores palestinos e
judeus, o que se observa é a aceitação da proposta de dois povos, dois estados
que, sem dúvida é uma boa proposta, entretanto, nos limites do capitalismo.
Acontece, porém, que a nós, socialistas revolucionários, o objetivo maior não é
sanar as profundas disputas entre palestinos e judeus, construindo Estados
capitalistas, mas sim, buscar a conquista da superação do próprio capitalismo,
por via da negação de sua ordem econômica e social. Repudiamos assim, toda e
qualquer colocação que se apóie no conceito nacional, abstraindo o caráter de
classe da sociedade.
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