Cara
limpa
Diz
um provérbio popular que “O pior inimigo é o falso amigo”. Com o inimigo temos
os devidos cuidados, as devidas cautelas. Do “amigo” (falso) não temos como nos
proteger e, então, não levantamos a guarda.
Em
função da correição desse raciocínio é que defendemos a posição de termos
clareza da existência de uma direita explícita, de cara limpa, embora tenha o
coração sujo. Esse inimigo da transformação social é facilmente identificável,
em seus vários matizes. Por outro lado, temos uma direita que usa a máscara de esquerda e se apresenta como
legítima defensora do socialismo quando, na verdade, cumpriu e cumpre uma política
de sustentação desse sistema socioeconômico vigente, restringindo-se ao
exacerbado antiamericanismo, como fazem os fascistas islâmicos.
A
direita explícita joga o seu papel conservador às claras. Defende a perpetuação
do capitalismo. Enquanto isso, a direita travestida de esquerda, como sua linha
auxiliar, tem o mesmo propósito, embora pareça diferente por conta da máscara
que ostenta e o carimbo que usa, indevidamente, de “marxista-leninista”.
Não
fosse a perfeita combinação dessas duas forças políticas, como poderíamos
explicar a sobrevivência de um capitalismo exaurido, que nos fornece, a cada
dia, espetáculos bárbaros, enquanto destrói o meio ambiente, inviabilizando a
vida?
Desde
que o capitalismo entrou para a sua fase imperialista, já iniciou o seu
processo de esgotamento. Diante disso é que se pode dizer ter chegado a hora do
socialismo. Mas a conquista de uma nova ordem econômica e social e o
sepultamento da velha ordem requer um confronto político entre a revolução e a
contrarrevolução. Foi nesse embate que se deu a grande tragédia. A Segunda
Internacional capitulou para se assumir social-patriota, embora mantendo o
rótulo de marxista. A Revolução Russa trouxe esperanças de reversão do quadro
político; porém, depois do primeiro momento de vitória, eis que, na URSS,
triunfou a contrarrevolução e, sob o seu patrocínio, nasceu a “esquerda”
direitosa, que soube usar a máquina da Terceira Internacional como eficaz
multinacional da contrarrevolução.
Cabe
deixar claro que esses fatos criaram uma legião de seguidores de boa-fé que
serviam à “causa” sem perceber a grande fraude que era o chamado “mundo
socialista”. Os mesmos beatos acríticos, vamos encontrá-los em tantos outros
credos. Exemplo gritante é o fascismo fundamentalista islâmico, que produz os seus
mártires cuja expressão maior é o homem-bomba, convicto de que está servindo à “causa”,
servindo a Alá.
A boa-fé que encontramos em todos os
aglomerados políticos ou religiosos não isenta seus participantes da condição
de protagonistas desavisados de graves ou gravíssimos equívocos.
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