Derrotar
o PT
Falso,
completamente falso, é pretender que exista, no Brasil, uma disputa entre dois
projetos. Um deles seria de direita, pretensamente neoliberal, representado por
figuras como FHC e José Serra. O outro projeto, esse de “esquerda”, de caráter
nacional-desenvolvimentista, seria levado a cabo por políticos da estatura de
Lula da Silva, do presidiário José Dirceu, de Sarney, Barbalho, Renan Calheiros,
Maluf, Collor, Michel Temer, e outras figuras carimbadas do fisiologismo e da
corrupção.
Como
devemos observar, o PT construiu uma “esquerda” muito estranha. Para a causa
socialista é impossível calcular os males provocados pelos governos petistas.
Dentre eles, destaca-se o hediondo crime de ter transformado os sindicatos em
antros burocráticos, cuja expressão mais grave está na existência de centrais
sindicais completamente corrompidas. O engessamento e a corrupção, entretanto,
não se restringiram às centrais sindicais; eles se fazem presentes nas centrais
estudantis, cabendo destaque a UNE e a UBES, controladas pelo PC do B que, de
sociais-patriotas transformaram-se em agremiações fisiológicas, sob o manto do “marxismo-leninismo”.
Derrotar
o PT não implica em viabilizar alguma mudança de qualidade, mas contribui para
desfazer a fraude e pôr abaixo essa mentira do embate entre dois presumidos
projetos. Põe-se por terra essa criação artificial de uma dualidade que, na
essência, não existe, pois a verdade é que ambas as forças, PSDB e PT, são
versões direitistas.
Derrotar
o PT é o caminho para se colocar um ponto final no populismo apoiado na presunção
de uma “opção pelos pobres”, ensejando que possa renascer um sindicalismo de
natureza revolucionária, um sindicalismo que ultrapasse os limites do
trabalhismo e deságue no anticapitalismo.
Por muitos
anos, universalmente vivemos o engodo dos dois mundos. Dizia-se que existiam, em
franca coexistência, um mundo capitalista decadente e um mundo socialista
ascendente, onde corria leite e mel. Essa mentira tornou-se amplamente pública
com a queda do Muro de Berlim e a verdade é que nunca existiram esses dois
mundos e, prova disto, está na inconteste hegemonia política do capitalismo e
na ausência de qualquer movimento socialista de expressão.
Não
serão as lendas, as fantasias, as mentiras que irão nos levar à necessária
transformação da sociedade. Só a verdade é revolucionária, mesmo que ela seja
amarga e dura.
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