Salve-se
quem puder!
O capitalismo, em franca
fase de exaustão tem, para a sociedade, um único discurso: “Salve-se quem
puder!”. Uma parcela mínima da população busca, nas academias e nas escolas
profissionalizantes, a sua salvação, qualificando-se para o competitivo mercado
de trabalho.
Vultosa parcela de pessoas,
diante do seu desespero, busca fuga nas igrejas, lotando templos, como é
exemplo patente a Igreja Universal, assim como o movimento Haleluia que, dessa
forma, expressam o nosso momento de aguda dificuldade da vida.
Para outros resta, como
salvação, ser aprovado em concursos públicos, de caráter oficial ou oficioso,
garantindo-lhes, assim, um emprego presumidamente seguro. Enquanto isso, os
desprotegidos pelo destino mergulham nas drogas lícitas, como o álcool, ou nas
drogas ilícitas, como a maconha, a cocaína, as drogas sintéticas ou o
devastador crack.
Nesse dantesco quadro de
agonia social, ainda existem aqueles que se refugiam na depressão ou mergulham
na total insanidade. Por fim, coloca-se como saída para o quadro de desajuste
social, o banditismo que reina em todos os quadrantes da nossa “Pátria amada
idolatrada”.
Esses são os caminhos postos
por um sistema socioeconômico agonizante. Mas, qual o discurso que nos oferece
o pretenso movimento de esquerda? Qual esperança esse movimento nos traz? Onde
ele se apresenta como alternativa para salvação da humanidade, que está sendo
celeremente arrastada para a tragédia total?
É inequívoco o fato de que o
capitalismo vivencia sucessivas crises de natureza financeira, econômica e
social, produzindo, em grande escala, patologias que vão desde os dependentes
de drogas, como a crescente prática da pedofilia e outros desajustes
comportamentais, expressos também em violências insanas como os episódios de
atiradores que, sem nenhuma causa aparente, sacrificam vidas inocentes. Mas a
triste verdade é que, bem maior do que a crise do capitalismo exangue é a crise
do socialismo que ficou reduzido a pequenos guetos.
A “esquerda” stalinista
sucumbiu e nos deixou uma questão que exige resposta imediata: Será que haverá
tempo histórico para reconstrução da esquerda revolucionária depois de noventa
anos de hegemonia contrarrevolucionária, levada a cabo pela direita explícita
ou pela direita “marxista–leninista”?
Eis a questão que hoje nos
impõe a história e, diante dela, devemos ter claro que nos salvamos todos ou
não se salvará ninguém.
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