“Inimigos
do Povo”
Quem conhece a verdadeira
história da Revolução Russa, de 1917, vai se dar conta de uma realidade
assustadora. Afastada a cortina de fumaça, desfeitas as lendas, desconstruídas
as fraudes, vamos nos dar conta de fatos que trouxeram graves consequências
para a humanidade.
Para início, vamos nos
inteirar de que a chamada Revolução de Outubro não foi uma insurreição das
massas trabalhadoras, como fora a de fevereiro, senão um ardiloso golpe de
força que permitiu o triunfo dos bolcheviques no seu intento de conquistar o
poder político e, através dele, procurar alavancar o projeto socialista. Após o
ato de força efetivado, sem a participação das massas trabalhadoras, buscou-se
a sua legitimação no II Congresso Pan-Russo dos sovietes.
Concretizada a vitória
bolchevique, mesmo sob a discordância ativa de setores valorosos do movimento
socialista, eles assumiram o controle do novo Estado, sob a denominação de
Estado soviético, quando, na verdade, tratava-se de um instrumento político
controlado por um único partido. Autoproclamaram de “o povo” e todos os
oponentes, mesmo socialistas, passaram a ser acusados de “inimigos do povo”.
A revolução socialista foi
derrotada, mas os bolcheviques não reconheceram esse fato, preferindo esperar
por uma reversão do quadro de derrota, o que não ocorreu. Pelo contrário,
triunfou a contrarrevolução e se impôs a tarefa de construir o capitalismo de
Estado. Para tanto, fazia-se necessária a aplicação de uma política
totalitária, cujas premissas eram o discurso único, o partido único, a
supressão dos debates e a organização de uma polícia política. Essas medidas já
haviam sido tomadas “transitoriamente” por iniciativa dos bolcheviques.
Pouco importa as boas
intenções; o fato é que a contrarrevolução lançou mão dessas medidas
coercitivas para viabilizar, na URSS, um tipo singular de capitalismo, quando o
monopólio dos meios de produção, ao invés de estar em mãos da burguesia, passam
a estar sob o monopólio do Estado, controlado por uma casta burocrática.
Os oponentes ao processo
contrarrevolucionário eram apresentados como “inimigos do povo”, cabendo
destacar que, os elementos mais representativos do próprio bolchevismo, foram,
posteriormente, vítimas dessa manobra descabida. Caluniar, perseguir, prender,
torturar, executar os dissidentes, era a tarefa que se impunha para combater
“os inimigos do povo” e, dessa forma, não escaparam os mais destacados
dirigentes, nem sequer o próprio Leon Trotsky, um dos grandes patronos da
implantação dessa política de perseguição e calúnia aos que divergiam.
Depois de ter abatido
milhares de militantes revolucionários, em um segundo momento, prosseguiu-se
com essa prática, apontando os dissidentes como agentes da CIA. e, dessa forma,
legitimando os crimes da contrarrevolução, levados a cabo sob o rótulo do
“marxismo-leninismo”.
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