A Causa
e o Partido
O que chamamos de causa é o objetivo
que se pretende alcançar. Dessa forma teremos diversas “causas”. Tomemos o
capitalismo como ponto de referência. Teremos, então, basicamente, dois
projetos políticos, duas causas fundamentais: O primeiro estaria voltado para a
conservação do próprio sistema e, o segundo, estaria empenhado em superá-lo,
promovendo a transformação social. Ao primeiro projeto, chamamos de
conservador. Ao segundo, é dispensada a denominação de revolucionário.
Essas correntes são dotadas de perfis
diversos. Uma forma extremada, de postura contrarrevolucionária, observou-se
com o nazifascismo e com o totalitarismo stalinista, assim como hoje temos o
fundamentalismo islâmico. Ao lado desse direitismo exacerbado, temos a direita
reformista, cujo lema é: Vamos reformar para conservar.
Da derrota política do movimento
socialista em escala mundial nasceu o stalinismo, força relevante para a
sobrevivência do capitalismo. Diz-se que o pior inimigo é o falso amigo, e o
stalinismo, travestido de esquerda, prestou-se a garantir a estúpida
sobrevivência da ordem socioeconômica vigente.
A “esquerda stalinista”, de diversos
matizes, chegou ao absurdo de reduzir o conceito de revolução a partir da
dicotomia: Caminho pacífico (revisionista) e luta armada (revolucionário), o
que expressa o grau de rebaixamento político que o stalinismo impôs durante
seus longos anos de hegemonia.
Essencial é ter claro que toda causa
política necessita de instrumentos para viabilizar-se e aí está a figura dos
partidos, como ferramenta. Por definição, os instrumentos são subalternos à
causa e, quando se fere esse princípio, se descamba para a prática burocrática
com os seus desvios.
Assim sendo, partido nenhum,
candidatura nenhuma, pode se converter no fim. São apenas meios e, quando se
conflitam com a causa, ou se atira o instrumento ao lixo, ou haveremos de
desservir aos nossos reais objetivos.
Desprovidas de sensatez são as
comemorações de caquéticos partidos, ditos comunistas ou socialistas,
festejando suas longas vidas. Por sua vez, é um despropósito nos centrarmos em
candidaturas, julgando-as salvadoras da Pátria.
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