A barbárie está aí
Há mais de cem anos que
Frederico Engels afirmou viver a sociedade capitalista um dilema: “O socialismo
ou o caos”. Anos depois, Rosa Luxemburgo dava ênfase à colocação feita por
Engels, dizendo que o dilema da sociedade capitalista era “o socialismo ou a
barbárie”.
Certa esquerda sempre teve
um comportamento declamatório diante da literatura socialista, repetindo frases
sem atentar para o seu significado. Poderíamos fazer uma lista infinda de tais
afirmações cientificamente fundamentadas e sucessivamente repetidas como peças
declamatórias, sem se fazer a menor reflexão sobre o seu conteúdo. Dentre elas
podemos destacar: “Socialismo ou a barbárie”.
Não estamos nos dando
conta que o capitalismo marcha celeremente para o desastre total. Não atentamos
para o fato de que, a cada dia, ele tritura vidas, destrói a natureza, corrompe
os costumes, de forma cada vez mais acentuada. É a iminência de explosões
sociais que podem levar as massas populares ao saque, à depredação, à vingança
social, sem rumo e sem proposta.
Enquanto isso, a grande
maioria das pessoas se perde em torno de infindáveis disputas de grupos ou
partidos, em batalhas mesquinhas, sem se darem conta da profundidade da crise
que estamos mergulhados.
“Socialismo ou barbárie”
não é simplesmente frase de efeito. Encerra um dilema concreto da sociedade
capitalista que tenta manter-se de forma obstinada, pouco lhe importando os
interesses gerais da humanidade. Daí, a razão pela qual eles proclamam
triunfante a “derrocada do socialismo”. Para nós outros, a questão coloca-se de
outra forma: A inviabilidade do socialismo implica, inevitavelmente, a negação
do capitalismo pela barbárie, pelo desastre histórico.
Como tudo o mais, o
capitalismo não é eterno, bem se sabe. Mas devemos envidar esforços, enquanto é
tempo, para que seu fim não nos conduza à grande tragédia do fim da humanidade.
Para tanto, há que se impor, como solução, a negação do capitalismo pela
afirmação do gênero humano, através do socialismo.
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