Refletir
é pensar, é medir os prós e contras, é ponderar. Costumamos dizer que pensar
dói. Somos tendentes a incorporar tudo que nos é dito, seja por nossas
famílias, seja por nossas igrejas ou por nossas escolas quando a temos ou a
tivemos.
Quanto
à emoção, ela vai ao encontro das nossas sensações e desenvolve atos irrefletidos,
impensados, apaixonados, pois tendemos achá-los justos, corretos, não merecendo
qualquer contestação.
Nos
últimos anos, se vem usando o marketing nas disputas políticas. As técnicas de
marketing apoiam-se na emoção e têm como principio básico a velha máxima nazista
de que “uma mentira mil vezes repetida
ganha status de verdade”. Mas o marketing, que alija o pensar, a reflexão
incorre em outros expedientes condenáveis. Destaca-se, dentre eles, o supremo
valor que ele dá à forma e o desprezo que tem pelo conteúdo. A valorização da
forma vai, desde a indumentária, ao penteado, a entonação de vozes, ao emprego
das cores e outros tantos recursos próprios para apresentar uma “mercadoria”
atraente para o consumo.
O
caráter nocivo de se explorar a emoção em prejuízo da reflexão, brindou a
humanidade com a mais criminosa expressão de brutalidade, como foi o nazismo,
que praticou a irracionalidade em torno do símbolo da cruz gamada.
Não
pretendemos dizer que foi o marketing que gerou o nazismo. Isso não. Ele tem
causas mais profundas. Não se pode negar, entretanto, que somente um estado de
profunda irreflexão pode explicar como uma Alemanha, letrada e culta, chancelou
tão perverso episódio da história.
Por
sua vez, vamos encontrar na “pátria mãe do marketing”, nos Estados Unidos, a
população mais despolitizada do universo, não obstante sinais de reação quando
da oposição à participação terrestre nas guerras ou quando vimos o movimento
“ocupe Wall Street”.
Enquanto
o capitalismo usa do marketing, pois interessa ao sistema a irreflexão, o não
pensar dos iletrados ou bem letrados, ao socialistas revolucionários interessa
a reflexão, o pensar critico e libertador, pois tem-se como certo que o pensar nesses moldes nos levará à
revelação da verdade histórica e somente ela nos arrancará da prostração e da
indigência intelectual vigente.
Em
razão dos fatos expostos, temos severas reservas quanto aos símbolos que
exploram a emoção e sobre ela se constrói o pernicioso fanatismo.
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