Ação
Social e Socialismo
Há
uma confusão reinante, que atinge setores da “esquerda”, em confundir ações
sociais como se fossem ações socialistas. Não percebem esses senhores de “esquerda”;
deles até existem os que se proclamam “marxistas-leninistas” ou mesmo
“marxistas-leninistas-trotskistas”, que a política de promoção calcada em ações
sociais foi assumida pela burguesia internacional, particularmente nos países
da Europa Ocidental, como forma de conter um possível avanço do projeto
socialista.
Assim
é que os senhores do capital implementaram uma política que entrou para a
História como sendo a criação de Estados de “bem estar social”. Na vanguarda
desses estados capitalistas, estavam os chamados países nórdicos e neles
existiam e sobrevivem políticas assistencialistas, tão “avançadas” que chegavam
a se colocar como uma via para um presumido socialismo democrático. Na verdade,
esses países apresentavam um nível de bem estar e segurança social muito acima
dos padrões, nos indevidamente chamados países socialistas. Mas, não foi somente
nos países nórdicos que se fez presente o maior assistencialismo nos limites do
capitalismo. Em países como Alemanha, França, Bélgica, Áustria..., observava-se
a existência de políticas semelhantes, com mais ou menos graus.
Esse
perfil avançado de política social, vamos encontrar também nos EUA, no Canadá e
no Japão, para citarmos alguns poucos exemplos. Ora, essa manobra de levar
avante políticas assistencialistas, para garantir o apoio das massas populares ao
sistema capitalista, teve pleno sucesso e, não é de bom alvitre que, partidos e
militantes supostamente socialistas, acenem para o povo com promessas de ações
sociais, cujo resultado final é, sem dúvida, o fortalecimento do próprio capitalismo,
pois essa conduta dá margem a que se imagine ser possível, no âmbito desse
sistema, se promover a emancipação da humanidade dos grilhões da espoliação em
que vive. Vale, pois, nos desfazermos desses equívocos e pararmos de confundir
ação social com o projeto emancipador de que o socialismo é instrumento. O
fundamental não é administrar a pobreza e a miséria e, sim, erradicá-las.
Nenhum comentário:
Postar um comentário