Dirceu. O democrata
Lemos, na Folha de “S. Paulo”, um
artigo do ex-ministro Dirceu, tratando das biografias autorizadas ou não. Ele
discorreu sobre a sua biografia não autorizada, apontando supostos erros e
imprecisões. Disse que, mesmo assim, é contra a censura prévia para, em seguida,
afirmar que lutou a vida toda pelas liberdades democráticas. Isso não é verdade,
pois, ele esteve por longos anos compactuando com a ditadura de um só partido
em Cuba, sem protestar.
Consideramos que a democracia política foi uma
conquista da humanidade. Essa conquista se deu por via das revoluções burguesas, particularmente, da Revolução Francesa.
Voto universal e secreto, livre direito de opinião e organização, direito de ir
e vir, direito das minorias e outras conquistas democráticas foram relevantes.
Marx, Engels e outros
socialistas, não negaram a democracia política no contexto do capitalismo, porém,
propuseram a democracia social ou,
como se costuma dizer, a socialdemocracia.
Houve um momento na História, em
que se deu um grande embate entre duas forças políticas. De um lado, o
totalitarismo representado pelo nazifascismo, como expressão extrema da contrarrevolução.
Em contraposição, levantou-se o imperialismo democrático, representado pelos
ingleses, norte-americanos e franceses. Diante desse fato, não restava aos
socialistas outro caminho que não fosse o de apoiar a democracia política em
oposição à supressão das liberdades, praticadas pelo nazifascismo.
A História produziu, também, outra
forma de totalitarismo, praticada pelo stalinismo, usando, entretanto, o rótulo
de socialista ou comunista, e todas as atrocidades cometidas por esse totalitarismo
foi e é debitada na conta da causa socialista, o que é injusto.
Aprendemos que, sempre que exista
um confronto entre a democracia política e o totalitarismo, o caminho
consequente, desde que não se tenha força para impor a democracia social, é estar ao lado das postulações democráticas.
O stalinismo totalitário esteve e está em um
patamar abaixo da democracia política burguesa, assim como o fascismo islâmico
está hoje, em relação aos chamados Estados Democráticos de Direito. Vale
ressaltar, porém, que os chamados Estados Democráticos de Direito escondem a ditadura
do capital sobre o trabalho sem, contudo, deixarem de ser, politicamente,
democráticos.
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