sexta-feira, 29 de julho de 2011

OS PREFEITURÁVEIS

Os diretórios estadual e o municipal do PT de fortaleza, reuniram-se para escolher seus possíveis candidatos a sucessão de Luizianne Lins. Foram listados os nomes de 13 petistas. É inegável que alguns deles mereçam ocupar o cargo em causa. De nossa parte fazemos profundas restrições a essa caminhada. Em primeiro lugar repudiamos uma aliança PT-PSB-PMDB, pois de caráter eminentemente direitista. Em segundo lugar, e o mais importante, é que o governo municipal encarna o estado burguês e não seria tarefa de socialistas, assumir a gestão do estado cuja classe social, a burguesia, coloca-se frontalmente contra as aspirações mais profunda das massas trabalhadoras.

A tarefa de gerenciar o estado burguês, seja em nível municipal, estadual ou federal, é reservada aqueles que pretendem defender e gerenciar os interesses do capitalismo. A tarefa dos socialistas é justamente o contrário, ou seja, é de denunciar o sistema socioeconômico vigente e tentar, no processo de acumulação de força, conseguir desconstruir o poder burguês e sob seus escombros construir o poder dos trabalhadores.

É engano imaginar que acumulamos forças quando conquistamos postos no executivo do Estado. Pelo contrário, quando alguns partidos ditos socialistas e até comunistas recebem esses postos têm por objetivo executar os interesses da classe dominante. Isso temos visto em nível federam, estadual e municipal. Em Fortaleza, os que governam a cidade o fazem obedecendo os interesses dos empresários. Vimos o caso da greve dos motoristas quando não faltaram pimenta e cassetetes para reprimir os trabalhadores do transporte público, enquanto não faltou dinheiro dos empresários para custear a rica campanha de reeleição de Luizianne Lins. Bem recente, vivenciamos a greve dos professores do município quando os grevistas também foram alvo dos defensores da “sagrada ordem” capitalista, sob a direção dessa esquerda direitosa para quem não falta dinheiro em suas campanhas milionárias provindas de empresários, especialmente dos empreiteiros.

terça-feira, 26 de julho de 2011

DIREITOS HUMANOS



Na medida em que o capitalismo marcha celeremente para o seu completo esgotamento, avolumam-se os episódios de violência e desrespeito gigantesco aos direitos básicos da humanidade. Seja pela fome, seja pelas péssimas condições de moradia, seja pelas drogas que infestam no meio de nossa juventude, sejam pelas sucessivas agressões e homicídios, vivemos um quadro desesperador em relação às condições de vida do nosso povo, seja aqui no Brasil, seja em muitos recantos do mundo onde o quadro até se agrava, como é o caso da África negra, que rasteja na inanição, merecendo por seus excessos, até a atenção dos organismos do imperialismo no sentido de ministrar algumas iniciativas que atenuem esse quadro desesperador.
Sendo esta a nossa realidade, justo ou mesmo mais do que justo, é que os partidos e movimentos socialistas e progressistas empunhem a bandeira da defesa dos direitos humanos. É necessário, porém, que não acalentemos ilusões de que a humanidade terá os seus direitos garantidos quando vivemos numa sociedade que tem por base a exploração do homem pelo homem.
Nos limites do capitalismo, o máximo que podemos fazer em relação à questão levantada é proceder a um trabalho de resistência aos abusos que as próprias instituições burguesas, como a polícia, praticam deslavadamente. Devemos aproveitar as nossas iniciativas políticas no sentido de levar o povo a resistir à sanha assassina desse sistema exaurido para levar a cabo uma campanha sistemática de denúncia desse próprio sistema.
Louvamos a atitude daqueles que, de uma maneira ou de outra, procuram criar uma rede de proteção ou mesmo construir uma legislação que pretenda proteger os desfavorecidos, como é o caso das leis que asseguram os direitos das crianças e adolescentes. Contudo, o combate aos efeitos produzidos pelo sistema é uma luta insuficiente caso não busquemos a causa e contra ela envidemos esforços para suprimi-la. É preciso ter bem clara a lição: a causa tem nome, e está bem presente em nossas vidas, chama-se capitalismo.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

FÉ OU FUGA?


A cada dia vemos crescer em escala vertiginosa o número de religiões e seitas mundo a fora. O que impele uma imensa massa de pessoas a se voltarem de forma tão desesperada para essas igrejas e seitas? Na verdade o mundo tem dado testemunhos seguidos de crises de toda natureza. É a crise financeira, do desemprego, do baixo salário, da violência em todos os recantos, da desestruturação social que leva multidões de jovens para as drogas e assim se seguem os exemplos de desajustes e perigos. Esse quadro horrendo nos traz naturalmente aflição, angústia, insegurança, uma vez que não contamos com uma esquerda de perfil explicitamente anticapitalista que chegue à massa do povo e lhe diga: essa sucessão de crises, esse estado de barbárie e de perversões têm uma causa e essa causa responde pelo nome de sociedade capitalista.

Está no capitalismo a causa, e na ausência desse saber por parte do povo, legiões de pessoas buscam uma fuga nas religiões que proclamam, ora o fim do mundo, ora o caminho da prosperidade para quem contribui com bons dízimos.

Esse caminho de fuga assumido pelos aflitos não levará à real salvação, pois tudo se reduz a uma mera fantasia. O verdadeiro caminho que poderá nos libertar dessa situação caótica e perversa, é a luta do povo organizado e consciente, contra o capitalismo. O caminho da salvação é um só, e responde pelo nome de socialismo. Para levar a cabo, entretanto, a nossa luta pelo socialismo, é necessário que existam partidos e movimentos que priorizem a verdadeira educação política do povo, ao invés de se prestarem a porta vozes da burguesia, semeando a ilusão de que, de governo em governo, chegaremos a alcançar a vitória definitiva das massas oprimidas contra os seus opressores. Não esperemos, porém, que tais movimentos e partidos revolucionários caiam do céu. É urgente, urgentíssimos mesmo, que eles sejam construídos de tal forma que levem ao povo, única força realmente capaz de desconstruir o capitalismo e construir uma nova ordem econômico-social, a informação necessária.

terça-feira, 19 de julho de 2011

REFORMAR É CONSERVAR

Sabemos que o desejo imediato das massas trabalhadoras é mudar a sua forma de viver. É desejo dessa massa ter direito a um emprego, a um salário condigno, a uma boa moradia, à segurança, à educação, a uma assistência à saúde de boa qualidade, transporte confortável e seguro, e assim teríamos uma lista infinda de reformas desejadas pela população. Dizemos reformas por que tudo isso é pretender mudar o formato, sem pretender mudar o conteúdo. Nesse sentido, reformar é, como se reforma uma casa, é pretender conservá-la. Esse sentimento natural que possuem as massas trabalhadoras do mundo inteiro é que faz de suas vidas uma luta permanente. É justo, portanto, que estejamos ao lado do povo quando ele reivindica essas reformas que lhes permitam uma vida de menor sacrifício. Contudo, é obrigação dos esclarecidos dizer que o mundo socioeconômico que vivemos, o capitalismo, é incapaz de oferecer a plena satisfação das massas trabalhadoras. As reformas permitidas dentro desse sistema têm limites, e os donos do poder, que servem aos interesses dos capitalistas, não permitem que se ultrapasse um milímetro sequer desses limites. Algumas reformas que, aqui e acolá, conquistam as massas trabalhadoras e elas, por uma razão ou outra, sentem-se satisfeitas com pequenos ganhos e isso é importantíssimo para a conservação do sistema capitalista.

Hoje, quase não temos uma esquerda que denuncie o caráter limitado das reformas. A imensa maioria da “esquerda” deu as costas ao socialismo, renunciou à luta de transformação para se tornarem meros reformistas. Deles acalentam a ilusão de que perseguindo o caminho das reformas, gradativamente, chegaremos a promover a transformação e isso não é verdade não, passa de mera ilusão ou de um discurso de má fé. Aqui no Brasil temos o exemplo do PT, PSB, PCdoB que se transformaram em partidos reformistas e daí tornou-se fácil pular para uma posição fisiológica, ou seja, uma posição política que lhes permite participar das instituições burguesas, prestar-lhes serviços e pelos serviços prestados, merecer algum quinhão, quando não, verdadeiras fortunas como é ilustrativo o caso público de Antonio Palocci.

Assim dá-se uma infeliz regressão: de pretensos revolucionários pula-se para o reformismo e daí para o fisiologismo e a gatunagem explícita. Restam pequenos grupos que tentam fugir desse caminho e procuram resgatar o socialismo revolucionário alvo de uma acachapante derrota em nível mundial.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Rasga Trapo


O nome dele era realmente José Benedito da Silva. Não sabemos porque ele recebeu esse apelido de Rasga Trapo. A verdade é que quase por toda vida não foi chamado pelo seu verdadeiro nome. Isso, porém, é de pouca importância, o fato é que Rasga Trapo celebrizou-se por sua coragem física. Não era perverso. Era destemido, temerário. Muitos foram os episódios de sua vida em que a coragem quase suicida foi posta a prova. Entretanto, Rasga Trapo tremia de medo de assombração. Temia qualquer fantasma dos muitos que povoavam sua mente. Pouco adiantava, ou melhor, era inútil dizer para aquele homem que fantasmas não existiam e que, na absurda hipótese de existir, ele era incapaz de promover qualquer tipo de agressão além de assustar pessoas. Rasga Trapo continuava irredutível. Enfrentava um batalhão, mas fugia de qualquer presumido fantasminha.



Há uma semelhança extraordinária entre Rasga Trapo e grande parte de nossa esquerda. Esta, em diversos momentos, enfrentou heroicamente os esbirros e torturadores do sistema, embora, negasse em desfazer-se das crendices impostas pela burguesia. Mostram-se incapazes de encarar as inúmeras inverdades construídas pelo sistema vigente cuja característica é a divisão da sociedade em classes e camadas sociais.



Ora, uma sociedade que impõe uma cruel desigualdade que castiga uma imensa maioria não poderia manter- se de pé não fosse a construção e manutenção desse imenso Império da Mentira. Ele contém as mais descabidas cretinices que vão desde a popular condenação da cobiça à sofisticada propalação de um chamado Estado de direito tão festejado pelos bacharéis e políticos da burguesia.



Temos repetido que o Estado é um instrumento de classe. Ele existe para impor os interesses de uma classe sobre outra. Assim sendo, o Estado burguês não passa de um estado de direita, essa é uma das verdades que devia ser encarada pelas esquerdas ditas socialistas ou comunistas. Essa coragem, porém, tem faltado e assim como Rasga Trapo essa esquerda continua cultivando fantasmas.

terça-feira, 12 de julho de 2011

DUAS GRANDES MENTIRAS



Não podemos listar todas as mentiras políticas que dão sustentação ao capitalismo. Resolvemos ressaltar duas delas: a primeira, consiste em dizer que se dão alternâncias no poder através das eleições. Nas eleições disputam-se governos, e há uma grande distancia entre poder e governo. O poder tem caráter permanente e se propõe a assegurar os interesses do sistema. Governo é a forma de gerenciamento político que se queira levar a cabo nos limites do capitalismo. É falso, ou equivocado, pretender que um partido ou uma coligação chegou ao poder quando ele apenas conquistou o governo. Por ignorância ou má fé, costuma-se afirmar que governo é poder. A outra grande mentira a ser discutida é o fato de se anunciar existir no país dois projetos político-ideológicos em disputa: um projeto neoliberal e um projeto nacional-desenvolvimentista. Pratica-se aí, mais um criminoso engano e ele é ostentado pela direita convencional e pela esquerda direitosa, ou seja, PT, PSB, PCdoB, PDT...

Não é verdade que existem dois projetos diferentes em disputa, muito menos de caráter ideológico. O governo Itamar Franco, implantou uma política econômico-financeira apoiada no tripé: política de responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e todo o controle da inflação. Desde então, preserva-se a mesma política, e esse fato nos autoriza dizer que a direita logrou ampla vitória quando conseguiu agrupar diversos setores em um programa único. A tradição socialista fundava-se na disputa entre dois grandes projetos políticos e ideológicos. O primeiro deles, era o projeto de defesa do capitalismo que chamávamos de direita. O segundo projeto, era o de transformação social que chamávamos de socialista. Essa postura política baseava-se na premissa de que a sociedade é uma sociedade de classes e camadas sociais de interesses antagônicos e inconciliáveis. A esquerda direitosa, durante esses últimos noventa anos, conseguiu “suprimir” a luta de classes e reduzir tudo aos estreitos limites do mundo capitalista, sem nunca contestá-lo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

HERANÇA MALDITA II

Quando o PT coligado com a direita, após fazer uma declaração de que respeitaria todos os acordos do governo passado, ao assumir, passou a dizer ter recebido uma “herança maldita” que seria o neoliberalismo do governo anterior. A primeira medida do novo governo foi respeitar a política econômico-financeira estabelecida pelo Plano Real, ao qual tinha feito veemente oposição. Essa postura agradou soberbamente ao grande capital. Ficou demonstrado que o leão era mansinho e que a burguesia podia dormir seu sono tranquilo. Não demorou, e sucederam-se os escândalos. Santo André, mensalão, sanguessugas, aloprados e o assassinato do prefeito de Campinas. Indagado sobre o escândalo do mensalão que envolvia a alta cúpula do PT, Lula respondeu que era assim mesmo, todos os partidos cometiam aquela prática. Ora, o PT não seria um partido diferente? E eles respondiam: para garantir a governabilidade é necessário praticar o fisiologismo. Mas a tarefa de governar o capitalismo não é da burguesia? Não é a tarefa de uma esquerda verdadeira a de se opor, renhidamente, ao capitalismo e acumular força para desconstruí-lo?

O governo Dilma não teve a liberdade de escolher o seu ministério, e em pouco tempo vê-se envolvido em escândalos que a obrigou a afastar ministros indicados por Lula da Silva. E o que dizer? Só resta à dona Dilma e à esquerda direitosa, dizer que tem em mãos uma “herança maldita”, deixada pelo governo Lula da Silva, que tão bem soube manobrar as massas populares, conviver com a corrupção e até praticá-la, como no caso das propinas que foram e são distribuídas às centrais sindicais e estudantis, além dos movimentos populares. A velha esquerda direitosa formada pelo PT, PSB, PCdoB e PDT deixa de proclamar a verdade, deixa de dizer que a “herança maldita” que nos corrói, desde Pedro Álvares Cabral, é a de uma sociedade dividida em classes e camadas sociais. A “herança maldita”, caros senhores, é o capitalismo que arranca, a qualquer custo, seus vultosos lucros, mesmo que para isso tenha que destruir o planeta.

terça-feira, 5 de julho de 2011

MAIS UM ATO DE CORRUPÇÃO

Tudo começou através da imprensa cearense. Em letras garrafais foi denunciado que o Ministério dos Transportes era um antro de corruptos. Essa declaração causou estranheza no governo Dilma, e o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, ameaçou processar os denunciantes por considerar a denúncia totalmente improcedente. Enquanto isso, as estradas do Ceará particularmente a que liga Fortaleza a Sobral, se apresentava praticamente intransitável. Foi até promovido um ralí para mostrar ao Brasil as condições escabrosas em que se encontravam os trechos da referida estrada. Logo após esse ato político, o Ministro dos Transportes e seus apaniguados resolveram promover uma visita de emergência ao estado do Ceará e constatar que as denúncias eram procedentes e gravíssimas. Hoje, os jornais do sul e particularmente, a revista VEJA, denuncia com minúcias, a roubalheira plantada no seio do Ministério dos Transportes, instituição que de fato é comandada pelo deputado mensaleiro, presidente do PR, Valdemar Costa. Somente ai, o governo Dilma/Temer resolve tomar providências e demite de uma só vez três diretores diretamente envolvidos nessas falcatruas.

Temos repetido que não alimentamos esperanças em moralizar o capitalismo. Aqui, ali, hoje e sempre, esse sistema, baseado na exploração do homem pelo homem, e que busca tão somente o lucro a qualquer custo para meia dúzia, é incapaz de existir sem que lhe persiga a chaga da corrupção. O que nos assusta é o fato de o país, hoje, ser dirigido, majoritariamente, por uma pretensa esquerda formada pelo PT, PCdoB, PSB, PDT, PV... Não disseram, insistentemente, os fundadores do PT, que ele seria um partido diferente? É verdade que eles não esclareciam em que consistiria a diferença, e hoje o que vemos é que seus militantes, mais destacados, andam lambuzados no cocho da corrupção ou das histórias mal contadas, como foi o caso recente do ex-militante trotskista, Antonio Palocci. Tudo reduz-se a isso: a burguesia quer garantido o seu lucro e a esquerda direitosa cobra para isso o seu pedágio. É lamentável.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

TAMANHO DISPARATE




Ultimamente temos denunciado que o socialismo científico foi seriamente distorcido para dar lugar ao dogmatismo stalinista. Nesse último período, após a queda do Muro de Berlim, passaram a ocupar o espaço de pretensos teóricos do socialismo, não mais os filhos diretos da Terceira Internacional Comunista. Ressuscitou-se o “marxismo-legal”, e algumas figuras de vasta erudição, passaram a ser veneradas como expressões autorizadas de um marxismo pretensamente atualizado. Tivemos a oportunidade de ler um ensaio de um desses louvados acadêmicos da escola do “marxismo-legal”, Perry Anderson, e todo o seu raciocínio político partia da falsa premissa tão divulgada por Trotsky e o movimento trotskista, de que o stalinismo nascera após a morte de Lênin, e isso é um disparate que trouxe graves prejuízos para a história do movimento socialista e contribuiu para a consolidação das distorções, na medida em que insinuava ser o fenômeno do stalinismo, produto do papel de um indivíduo ou outro, no decorrer da dramática história da Revolução Russa.

Noutro momento, tivemos a oportunidade de ouvir uma palestra do tão festejado trotskista Tariq Ali, em que ele fazia empenho de explicar uma possível aliança do socialismo com o fascismo do Irã, da Síria, da Al Qaeda, do fundamentalismo islâmico. Isso porque, os stalinistas de diversos vieses, inclusive os trotskistas, aceitaram a manobra dos ortodoxos, quando substituíram a luta de classes, como eixo da história, para colocar em seu lugar, a luta nação opressora versus nação oprimida. E dessa forma, elegeram o imperialismo, particularmente o imperialismo ianque, como inimigo principal, sem se dar conta do fato de que ser antiimperialista não implica, necessariamente, ser anticapitalista. O talibã, a Al Queda, o fundamentalismo islâmico, são testemunhas desse fato.

Não bastassem tantos disparates provindos e alimentados por “marxistas legais”, subvencionados pela academia burguesa, tivemos a oportunidade hoje, de ler uma entrevista do beatificado István Mészáros. Na manchete do jornal O Povo, do dia 27 de junho do dia corrente, ele houvera afirmado que o socialismo é o futuro inevitável para o mundo. Ora, o ser Mészáros, esperamos, não haveria de mergulhar em tamanho disparate. Isto seria não saber fazer a distinção entre o determinismo e o fatalismo histórico. Sobre o advento do capitalismo, Friedrich Engels disse que ele trazia consigo um dilema: o socialismo ou o caos. São duas saídas que se excluem e nos causa perplexidade e tristeza ver que alguns “marxistas legais” não compreendem que o socialismo é, tão somente, uma proposta para a superação do capitalismo, mas essa proposta para se consumar é necessário de força para fazê-lo.

O socialismo não é uma utopia, um sonho, um desejo. O socialismo é um projeto que poderá realizar-se ou não. Aceitá-lo com fatalismo, fez-me lembrar os tristes dias de minha juventude quando, militante do clandestino Partido Comunista Brasileiro, ouvia de seus dirigentes, em alto e bom som: “o socialismo é tão certo quanto o nascer do sol”, e isso era um tamanho disparate que trouxe prejuízos irreparáveis para a humanidade. E a se prosseguir na trilha desses disparates, estaremos contribuindo para que o capitalismo, não podendo se eternizar, venha a destruir a vida.