sexta-feira, 30 de março de 2012

UM FESTIVAL DE MENTIRAS


            Dói no peito dos que conhecem a História, o espetáculo levado a cabo pelo PCdoB via rede Globo.
            No Brasil nunca se teve tradição marxista. Após a Revolução Russa, alguns anarquistas passaram a se interessar pelo socialismo científico. Em 1920 um minúsculo grupo organizou a revista Movimento Comunista. Em 1922, nove membros dessa revista fundaram o PCdoB. Aceitaram as 21 condições da Terceira Internacional, o seu hino e sua bandeira. Já em 1928 o VI Congresso da Internacional procedeu uma virada política de 180º no programa comunista.
            Os teóricos da Internacional impuseram linhas políticas para todos os países e proclamaram a estúpida tese da “construção do socialismo num só país”.
            No que coube ao Brasil, Moscou, sem nenhum conhecimento, proclamou que se tratava de um país semi-colonial e semi-feudal e nessas condições o programa político deveria ser nacionalista e progressista, no sentido de abolir os restos feudais. Esta seria a primeira etapa, a etapa nacional-reformista, levada adiante em aliança com um suposto segmento da burguesia progressista. Somente após a conquista dessa etapa viria a segunda, a etapa socialista.
            É verdade que, de forma equivocada, houve dois momentos em que esse partido se envolveu no caminho da luta armada sem abdicar do objetivo nacional-reformista. O primeiro foi em 1935, em torno de Luis Carlos Prestes, e sob a orientação de Moscou. Não passou de uma quartelada de alto custo político. O segundo momento foi quando o PCdoB, mecanicamente, tentou levar a diante a tese maoísta do “campo cercando a cidade” e se embrenhou pelas matas da Amazônia, onde muitos militantes valorosos foram massacrados, e viraram mártires do equívoco. Hoje, as coisas tornaram-se muito piores. O velho PCdoB, que jamais conheceu o marxismo, na caduquice de quem completou noventa anos, escolhe o plenário do Senado da República para festejar o seu aniversário como fiel servidor do capitalismo e parceiro político de figuras como Sarney e tantos outros próceres da direita. É triste. 

terça-feira, 27 de março de 2012

ROMÁRIO, A COPA E O ROUBO



            O ex-jogador Romário, hoje deputado federal, declarou: “a realização da Copa do Mundo de Futebol, no Brasil, com a Confederação Brasileira de Futebol, nas mãos da velha gangue, servirá para acobertar grandes roubos.” Disse mais, a saída de Ricardo Teixeira, não mudou nada. Continuam os mesmos elementos que promovem atos ilícitos na condução do futebol, no Brasil.
            O encontro da Sra. Dilma com o presidente da FIFA, nada veio mudar, permaneceu o combinado com o governo anterior. E não poderia ser de outra forma, pois o bilionário patrocínio desse evento vem da AMBEV e ela não poderia, nesse sistema capitalista, abdicar de seus lucros para atender uma exigência no sentido de manter os “bons costumes”.
            Por outro lado, em relação à arenga patética entre o ministro do Esporte Aldo Rebelo, que está ocupando esse cargo em função do afastamento de um seu companheiro de partido envolvido em várias irregularidades, com o secretário geral da FIFA passou-se a borracha.
             Colocamos essa questão da Copa do Mundo e repercutimos a fala do Romário, para deixar bem claro a todos nós, que vivemos uma situação em que tudo que se faz tem a marca da corrupção. Simultaneamente à denúncia de Romário, tivemos uma ampla e documentada denuncia do quanto se rouba do serviço público nos hospitais do Estado do Rio de Janeiro, governado pelo Sr. Sérgio Cabral Filho.
            Não é possível que esses fatos tão indecentes, não toquem por completo a nossa sensibilidade, não agucem profundamente a nossa indignação. É necessário nos pormos de pé. É necessário que falemos dessas imorais mazelas em todo canto que estejamos. Seja junto ao vizinho, seja no local onde trabalhamos, seja onde estivermos. Não podemos nos conservar de braços cruzados frente aos aparelhos de televisão, enquanto um bando de canalhas e demagogos, pronto a bater em nossas portas para garimpar votos saqueia o patrimônio publico e deixa carente os serviços essenciais de que tanto necessita a nossa população. Reagir é preciso, se conformar é um pecado.

sexta-feira, 23 de março de 2012

QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ!



            Não faz tanto tempo que o PT repudiava qualquer aliança com os partidos tidos como da burguesia. Em especial com o PMDB da época. Rejeitava com veemência o PMDB ideológico, onde se destacavam figuras de peso histórico como: Franco Montoro, Mário Covas, Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Pedro Simon, Paes de Andrade. A intransigência, até louvável, do PT naquela ocasião, levava a que o PT se negasse a participar do “espúrio” Colégio Eleitoral que elegeria Tancredo Neves, chegando ao cúmulo de expulsar dois deputados federais petistas que participaram do Colégio Eleitoral. A mão de ferro de conotação ideológica negou-se, de inicio, a assinar a constituição aprovada em 1988 pela assembléia constituinte presidida por Ulisses Guimarães.
            Tudo leva a crer que o PT seria fiel aos interesses históricos dos trabalhadores. Qual nada! Bastou que esse partido chegasse ao governo para se mancomunar com Sarney, em lugar de Ulisses Guimarães, com Renan Calheiros, em lugar de Tancredo Neves, com Michel Temer, em lugar de Mário Covas, com Jader Barbalho, em lugar de Franco Montoro... Vê-se, então, que o PT negou-se a dialogar com o PMDB ideológico, para fazer negócios, trambicagens, com o PMDB fisiológico, representado por figuras da pior qualificação política, que formam hoje o PMDB.
            Luizianne Lins, prefeita petista de Fortaleza, militante aguerrida e participante da Democracia Socialista, corrente radica do PT, hoje cai nos braços do senador Eunício Oliveira, um dos expoentes do PMDB fisiológico. E por aí vai para os esgotos pútridos da política burguesa toda esperança que um dia representou o PT para nós socialistas. Aqui e ali, a burguesia sentiu-se amplamente acalentada pelo comportamento petista que soube manter sob controle as massas populares e garantir grandes lucros aos capitalistas sem que fosse necessário experimentar momentos de tensões e intranquilidades. Por isso dizemos: o PT foi verde, depois maduro, para depois apodrecer. Quanto a esse fato só resta dizer: Quem te viu, quem te vê!

terça-feira, 20 de março de 2012

QUANTO MAIS SE REZA...



            Há um adágio popular que diz: “quanto mais se reza, mais o diabo aparece”. Diz-se isso quando os fatos negativos da nossa vida tropeçam em dificuldades apesar de buscarmos conquistar o bem.
            Fazemos uma ilação entre esse adágio e o que ocorre em nossas vidas. Segundo a nossa cultura religiosa, Jesus filho de Deus feito homem, veio ao mundo há dois mil anos atrás, com a missão de promover a paz, a justiça e o amor. Mas, caso se faça um balanço desses dois mil anos de história, vamos ver que ela está marcada por cruéis episódios. Tivemos, pelo lado cristão, os horrores das Cruzadas que cometeram atrocidades e, quanto mais se rezava, mais elas se faziam presentes. Não bastassem as Cruzadas, tivemos a demoníaca Inquisição e ficamos assustados quando nos damos conta de que a Santa Madre Igreja Católica, inspirada pelo Divino Espírito Santo, praticou tantas barbaridades apesar de nossas orações.
            Aliás, a história registra uma sucessão de tragédias, grande parte delas sob a sombra da sagrada cruz cristã. O processo de civilização com os descobrimentos marítimos está pontuado de massacres contra os nativos. E a cada massacre, erigia-se um templo sagrado, chamado a casa de Deus.
            Fôssemos imputar as desgraças sociais como obras dos demônios, veríamos que nossa caminhada está marcada por tragédias. Foram duas grandes guerras que ceifaram milhões de vidas e, enquanto os demônios riam de sua proeza, uma parte prostrava-se contrita apelando aos céus sem que obtivessem êxito.
            Estamos convencidos de que o demônio é a sociedade dividida em classes e camadas sociais. Estamos convencidos de que o demônio é a propriedade privada dos meios de produção que permite a exploração do homem pelo homem. Estamos convencidos que, hoje, o demônio na forma do capitalismo, tem conseguido levar avante grandes proezas, enquanto a constante edificação de templos não consegue, por si, deter a sua fúria, afinal templo é dinheiro e não será ele um instrumento de salvação, pois a salvação estará na nossa tomada de consciência.