segunda-feira, 1 de março de 2010

É estranho!

É estranho!


O Partido dos Trabalhadores nunca encarnou deveras os interesses históricos dos trabalhadores. No seu inicio ele era tangido apenas pela intuição, por um certo sentimento de classe. Propunha-se a ser um partido diferente e essa diferença era calcada no seu comportamento ético. Terminava assim por considerar como verdadeiro o discurso de que o problema do Brasil reduz-se a corrupção o que não deixava de revelar um certo conteúdo udenista.

O estranho, bastante estranho mesmo, é que o PT se negava peremptoriamente a dialogar com o PMDB ideológico, portanto ético, capitaneado pelas figuras de Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Tancredo Neves. Mas o PT mudou radicalmente. De partido diferente, postulando ser intransigentemente ético, tornou-se igual a todos os partidos da ordem capitalista e nesse instante, passou a ter um diálogo estreito com o PMDB fisiológico representado por figuras repulsivas do quadro político nacional como são: José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá, Orestes Quércia e outros bandidos de igual ou maior monta.

Viu-se o presidente Lula envidar todos os esforços para salvar José Sarney na cadeira de presidente do Senado. Não foi menor o empenho do presidente em se solidarizar com Renan Calheiros por ocasião em que este foi denunciado massivamente por corrupção. Faz-se vistas grossas às bandalheiras de Romero Jucá e Lula o nomeia líder do governo no Senado. Não bastasse essa estranha conduta, Lula incorporou ao seu campo de apoio partidos inequivocamente de extrema direita.

Por essas e tantas razões é que o capitalismo internacional conferiu a Lula o título de “Estadista do Ano” e a burguesia local em festa, não se nega lhe dar amplo apoio. Dessa forma o PT que já não era um partido à altura das nossas necessidades históricas por ocasião de sua fundação, veio de se tornar uma agremiação que oferece ao sistema a tranqüilidade social necessária para que a burguesia logre obter faustosos lucros como são exemplos os banqueiros de “nossa” terra.

Um comentário: