terça-feira, 3 de maio de 2011

Morre um facínora

A nossa cultura leva-nos a imaginar que o mundo seja dotado do dilema: o bem contra o mal. Expressão desse pensar está no conceito de céu e inferno, deus e o diabo. Mas a vida desmente esse “princípio”. A todo momento estamos diante do dilema entre o ruim e o pior. Para muitas pessoas coloca-se diariamente a escolha: tomar um coletivo caro e superlotado ou, o que é pior, seguir a pé uma longa caminhada. Escolhe-se o menos ruim, no caso, o transporte super-lotado. Entre o emprego mal remunerado e o pior que o desemprego, escolhe-se a primeira hipótese. E os exemplos são infinitos. Para alguns, existe a compreensão de que o imperialismo dos países ricos, liderado pelos norte americanos, representa uma força anti-histórica, e isso é muito ruim.

A história nos legou, entretanto, o exemplo do imperialismo nazifascista, representando a contra revolução exacerbada e o imperialismo de caráter democrático burguês representado pelos ingleses e ianques. A nenhum socialista restou outro caminho senão o da aliança com o imperialismo democrático para derrotar o fascismo. A cultura stalinista impôs o equívoco de se imaginar o imperialismo norte americano como a encarnação suprema do mal. Esse raciocínio leva-nos a desconhecer que existem formas de dominação política muito mais violentas e esse é o caso do fundamentalismo islâmico que não permite nenhuma liberdade de expressão e impõe o mais duro terror, deixando-nos na condição de impossibilitados, enquanto socialistas, de derrotar esse atraso e dá-nos o ensejo de ver positivamente que as derrotas desse fascismo no Egito, na Líbia, no Iêmen, no Marrocos, na Síria são benfazejas. Entre o nazismo e o imperialismo democrático; entre o islamismo fascista e a democracia burguesa, escolhemos a segunda opção, mesmo que o nosso propósito seja abolir essas alternativas por via da superação do capitalismo diante da vitoria do socialismo. O facínora Bin Laden representava o fascismo teocrático e entre o fascismo e a democracia burguesa temos que optar pela última opção.

Um comentário:

  1. Dai o fundamentalismo religioso, perigoso e dominador de consciências, lembrando que aqui na nossa terrinha temos um lider "universal" que está crescendo assustadoramente, dominando a mídia, comercializando a fé e elegendo seus representantes políticos. Religiosos e capitalistas sempre dividiram o mesmo espaço irmanamente.

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