terça-feira, 15 de junho de 2010

Qual PT? Qual PMDB?

Para concorrer às eleições presidenciais de 2010, foi celebrada uma coligação PT/PMDB, isto é, Dilma para Presidente e Temer para Vice. Mas o PT, que ora se coliga com o PMDB não é aquele partido dos anos oitenta. Não é aquele partido que, cioso de seus valores morais, declarou espúrio o Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves à presidência. Não é aquele partido que, na sua ingenuidade, procurava preservar o seu caráter de classe levantando o slogan: “trabalhador vota em trabalhador”. O PT daquela época não se coligava com um PMDB que representava os interesses do capitalismo.
Digno de observação, é o fato de que o PMDB daquele tempo também era outro partido. Tratava-se de uma agremiação política que havia encabeçado a luta contra a ditadura. Era um PMDB ideológico do qual participavam figuras proeminentes como Franco Montoro, Ulisses Guimarães, Mario Covas, Tancredo Neves, Lysânias Maciel, Francisco Pinto e outros próceres que mereciam respeito.
Nem o PT, nem o PMDB de hoje são os mesmos partidos. Ambos, desafortunadamente, prostituíram-se e tornaram-se partidos fisiológicos. Do lado do PT, além do desfigurado líder metalúrgico, Lula da Silva, uma legião de trânsfugas personificadas nas figuras de: José Genuíno, Antonio Palocci, Luiz Gushiken , João Paulo Cunha, Delúbio Soares e outros deformados, sob a liderança mor do sinistro Zé Dirceu, dão a esse partido a linha política por ele assumida. Quanto ao PMDB, também, não é mais aquele das grandes bandeiras democrático-burguesas, senão um partido dirigido pelo que existe de mais espúrio na política, representado pelas figuras de José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, Jader Barbalho e outros do mesmo naipe ou similar.
Diante de tanto enxovalhamento, a esquerda revolucionária não se coloca à altura para empalmar uma proposta que fuja desse enlameado quadro político. É verdade que está em pauta a possível candidatura de Plínio de Arruda Sampaio que haverá de ter um discurso anti-fisiologismo e antioportunismo reinante.

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