sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Trágico dilema

Os eleitores realmente conscientes de que não devem deixar de participar desse processo político de massa, que são as eleições, experimentam um doloroso dilema nesse segundo turno. Dilma e Serra são duas candidaturas que expressam os interesses da direita, caso seja correto, como conceito de direita, aquela força política que se propõe a dar sustentação ao capitalismo. Serra é a direita explícita, sem rodeios; a Dilma representa a direita travestida de esquerda, porém, tão continuísta em termos de compromisso com o sistema como foi Lula em relação aos governos de Itamar e Fernando Henrique. É bem verdade que existe uma terceira saída, o voto nulo ou em branco, mas é uma saída estritamente moral. Ora, considerando que a participação de um verdadeiro socialista, no processo eleitoral, tem unicamente um propósito tático, resta-nos encarar o momento eleitoral deste ponto de vista e responder a seguinte pergunta: taticamente, quem é mais prejudicial a luta anti-capitalista? Uma direita que possibilitaria que as centrais sindicais e estudantis fossem às ruas, ou uma direita populista que conserva a mesma política econômica e financeira, entretanto, mantém engessado o movimento de massa? Por sua vez, é oportuno observar que a “esquerda”, representada pelo PT, PSB e PCdoB, há muito deixou de lado as bandeiras, ditas de esquerda, e mergulhou no mais puro fisiologismo, perseguindo ganhos e benesses através do aparelho de Estado. Velhos princípios foram às favas e muitos deixaram isso bastante evidente. Basta lembrar a diplomacia do governo Lula que se embrenhou em compadrios com o que existe de mais sanguinário entre os governos africanos. Questionado sobre isso, o governo respondeu: “negócios são negócios”, ou seja, princípios à parte. Agora, para tentar viabilizar a eleição de Dilma, eles subtraíram de suas bandeiras a descriminalização do aborto e a candidata virou beata. Pensemos: qual o pior, uma direita explicita, ou outra travestida de esquerda? Nenhuma nem outra. Mas essa escolha não existe, pois teremos uma ou outra e o voto nulo torna-se inconsequente.

2 comentários:

  1. É Gilvan meu caro, esse 2° turno pra mim ta bem dificil, ja pensei mil vezes em votar nulo, mais não essa dessição como uma saida.
    Fico aqui matutando uma forma e acho que vou ter que decidir entre o menos ruim, mais ai tbm é dificil, sempre quis uma mulher no poder(lógico, pq acredito que nós somos mais espertas rss -brincaderinha para quebrar o gelo), mais não queria que a mulher fosse a Dilma, queria uma mulher de garra, com idéias próprias e sede de mudança. Então penso: Putz a Dilma ganhando só o que vou ouvir são aqueles idiotas dizendo "ta vendo mulher no poder ñ da certo..." e blablabla...
    Mais também não quero o Serra de jeito nenhum.
    E sabe as vezes acho que prefiro me "enganar" com uma candidata travestida de esquerda(como vc mesmo diz) do que votar consciente num candidato de direita que em menos de 4 anos ja terá vendido o país!
    Sim... essa eleição ta muito dificil!

    Xeru.

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  2. Plínio de Arruda Sampaio - Presidente, esse foi meu Voto. Gostaria muito que o velho guerreiro estivesse no pareio. Vou ter que escolher o menos ruim, Serra!...

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