terça-feira, 23 de agosto de 2011

MINHA CASA, MEU PENAR




Com estardalhaço, Lula tornou pública a campanha Minha Casa, Minha Vida. Essa colocação mostra o quão mesquinho é o conceito de vida para essa gente quando se propõe a construir cubículos na presunção de estar oferecendo ao povo a coroação do seu viver.

A indústria imobiliária viu com muita alegria o lançamento desse programa, percebeu que haveria de faturar grandes parcelas de lucro com o aquecimento de suas atividades. E não somente a burguesia representada pelas construtoras, a indústria de fabricação de materiais como tijolo, cal, cimento, tinta, brita e tantos outros, também haveria de ter o seu quinhão.

Na cidade de Fortaleza, foi construída uma vila popular dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. A senhora Esmeralda foi contemplada com uma das unidades construídas. Ela declarou que no dia em que recebeu a chave de seu mini-apartamento, de 45m² de área coberta, sentiu uma grande alegria. Mas dois meses depois de estar morando no novo abrigo, ela viu seu sistema hidráulico pifar enquanto a sua vizinha teve uma das paredes de sua morada com várias rachaduras. Esses episódios servem para deixar claro o caráter demagógico e desonesto com que governos procuram ludibriar as massas oferecendo-lhes migalhas como se fossem o bastante para lhe garantir uma vida com o mínimo de dignidade.

Assim é a vida no sistema capitalista: para a burguesia, a segurança social e todas as vantagens que podem ser oferecidas; para a massa do povo são destinados pequenos agrados com a intenção, mal simulada, de manter os despossuídos satisfeitos com esse mínimo e dessa forma conservarem-se calados diante da corrupção e de tantas outras falcatruas e desrespeitos que eles praticam sistematicamente. Em razão disso, é necessário que rasguemos a fantasia dos que se trajam de bons moços. É necessário despertarmos para a realidade e diante dela manifestar as nossas insatisfações deixando claro que nossas vidas são maiores dos que os cubículos que o programa Minha Casa, Minha Vida tem o disparate de nos oferecer.

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