segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Os Degenerados


Há anos caiu, em minhas mãos, um livro do excelente romancista revolucionário Máximo Gorki, cujo título era: Os Degenerados.
Muitos dos que se reivindicam marxistas imaginam que o único pecado do capitalismo é a exploração da mais-valia e as agressões à natureza, depredando-a, criminosamente, em escala crescente.
Mas a grande verdade consiste em que os malefícios desse sistema vão muito além, quando promovem a degradação dos seres humanos.  Corrompendo os costumes, ele gera verdadeiras patologias sociais que vão desde a pedofilia aos estupros seguidos de morte, ao crescente aumento do uso das drogas lícitas e “ilícitas”.
A exacerbação do sexo quando, até para vender um automóvel ou um simples biscoito, são exibidos belos corpos femininos, postados de forma provocante, pelo que nos parece, isso gera grandes desajustes de comportamento no que concerne às relações de amor e prazer, quando o ultimo sentimento, o prazer, termina por se impor.
A classe operária, tratada de forma paternalista e, sobretudo, idealizada, não foge das garras desse sistema exaurido, sempre pronto a produzir mazelas sociais, enquanto, no que diz respeito ao costume, há um inegável espaço para que sejam gerados vícios degradantes e perversões.
Em uma abordagem romântica, feita no Manifesto Comunista, através dos jovens socialistas Karl Marx e Frederico Engels, eles tentam mostrar o proletariado imune aos pecados mundanos, depositários de virtudes, enquanto a classe burguesa, incapaz do exercício do amor, se contentava em se cornear entre si.
Essa visão romântica levou a que o grande cineasta italiano, Fellini, fizesse seu grande filme: “A doce vida”, em que tenta retratar o viver burguês como tedioso e infeliz, o que não passa de uma distorção que levou alguns a concluírem que eram os pobres, felizes, porque não padeciam do tédio, nem tinham o hábito de se cornearem, e isso é totalmente falso.
Os degenerados, hoje e ontem, dentro do capitalismo, constituem-se em vítimas de um sistema exaurido. Negar a existência deles é um ato de esconder as evidências, enquanto as drogas estão presentes, transformando jovens em agressivos delinquentes, quando não em zumbis, mortos-vivos, pois vivem mergulhados no alcoolismo ou em outros tantos vícios degradantes.
Diante disso, se levantam duas correntes: Uma, aposta que a solução estaria na repressão policial. Outra, acredita na permissividade como forma de tratar positivamente o problema. Do nosso ponto de vista, achamos que, no âmbito do capitalismo, ambos os caminhos têm se mostrado ineficazes, ou melhor, dentro dos marcos do sistema socioeconômico vigente não há lugar para uma vida social saudável e digna, pois as iniquidades sempre estarão presentes, enquanto perdurar esse sistema.
Em razão desse ponto de vista é que guardamos reservas em relação à iniciativa do tipo: Marcha da Maconha; marcha das vadias e as espetaculares paradas gays.





     

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