segunda-feira, 28 de junho de 2010

Invenção do diabo

Deus, acaso existisse, seria a obra mais perfeita do diabo. Basta que atentemos para a multiplicidade de crimes que foram e são perpetrados sob as pretensas aspirações divinas. Lembremos os bandos de saqueadores, estupradores, fanáticos e facínoras que se abrigaram sob a bandeira das Cruzadas, que mereciam as mais contritas bênçãos papais. E a Santa Inquisição, inspirada pelo “divino espírito santo” que cometia os crimes mais bestiais que se podia cometer? E as inúmeras guerras, ontem e hoje, levadas a cabo sob a assistência de capelães que, em nome do Senhor Deus, ministrava e ministra suas bênçãos: as bombas e canhões que massacram vidas inocentes? E que dizer dos fundamentalistas islâmicos que praticam políticas sanguinárias, crudelíssimas, em nome do deus Alá? E as perseguições às ciências, feitas em nome de deus, contra estudiosos como foram Galileu, Giordano Bruno, Charles Darwin e os tantos anônimos estudiosos da anatomia e da medicina em geral que eram perseguidos e imolados pelo simples crime de servir realmente a humanidade?
Já disse o genial humorista Milôr Fernandes: “Templo é dinheiro”. E o que são os templos senão casas de Deus? Como se explica então que na casa do Senhor pratique-se tantos abomináveis crimes como é o de assaltar os parcos recursos de uma legião de miseráveis? Como explicar que figuras supremas de diversas igrejas não passam de pilantras? Como devemos acolher que, sob a inspiração do “divino espírito santo”, possam ter prosperado chefes religiosos dados a orgias e outras aberrações, sejam de caráter sexual ou de outras perversões?
Visitando um presídio de segurança máxima, lotado de homicidas, latrocidas, estupradores não encontramos, dentre de mais de um milhar de detidos por crimes tão graves, um só ateu. Todos se diziam tementes a Deus. Por essa e outras razões é que nos assalta a convicção de que Deus, caso existisse, seria a mais eficaz obra do presumido demônio, pois não é a ele que devemos imputar as maldades do mundo? Trata-se, portanto, de matéria que merece ser pensada antes de nos manter apegados a lendas e fantasias, entre elas a de Deus e o diabo.

Um comentário:

  1. GOSTARIA DE LER UMA CRÔNICA SUA FALANDO DO CAPITALISMO PARASITÁRIO DE Zygmunt Bauman.

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