terça-feira, 19 de abril de 2011

DIFERENÇA SÓ DE ESTILO

De um lado tratemos do prof. Fernando Henrique, ex-presidente da república, quadro extremamente qualificado do sistema capitalista que, num passado não tão longínquo, vestia a fantasia da esquerda direitosa. Em outras palavras, FHC era chamado, assim como alguns tantos outros, de intelectual progressista. Do outro lado a figura de Luis Inácio Lula da Silva, ex-retirante e proeminente líder sindical nos trazia esperança através de sua proposta de organização de um partido dos trabalhadores, que haveria de ter posições realmente avançadas, pois nutria a esperança de que esse partido representasse a proposta de superação do capitalismo e a construção do socialismo.

Não demorou tanto e Lula, o metalúrgico, junto a seus sequazes, chegou à conclusão de que só poderia galgar a presidência da república caso deixasse explícito que o leão era mansinho e desdentado e, portanto, não haveria de causar medo ao sistema socioeconômico em curso. Dando garantias ao capital nacional e internacional de que cumpriria a política econômica e financeira do Plano Real antes refutado, Lula tornou-se um quadro de confiança para a burguesia e no exercício do governo fez jus à confiança que lhe foi depositada. Fazendo uso do populismo, numa manobra bem articulada, conseguiu conservar os princípios do Plano Real. Por baixo custo, comprou o apoio da imensa massa dos desesperados, convertendo-as num fiel colégio eleitoral. Cooptou, através de propinas, as centrais sindicais e estudantis e garantiu tranquilidade e altos lucros à burguesia.

A diferença entre FHC e Lula é de estilo. Devemos, entretanto, deixar claro que tanto um quanto o outro, resguardadas pequenas diferenças, compõem a frente e o verso de uma mesma moeda. Ambos são quadros testados e qualificados nas lides políticas a serviço da manutenção da ordem econômica e social vigente. Assim, FHC não mentiu quando, recentemente, afirmou que a massa dos desfavorecidos havia sido colocada a serviço do PT e que, taticamente, caberia ao PSDB disputar a hegemonia sobre a classe média.



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