Numa cidade do sertão do Ceará, um cidadão, chamado Demizão, pretende ser candidato a vereador naquele município. Como radialista, o pré-candidato lançou, como plataforma eleitoral, criar em sua cidade um “albergue”, com psicólogos, para cuidar dos cornos da cidade.
Esse não é o único episódio em que o processo eleitoral é levado ao deboche. Na cidade de Fortaleza, uma vedete, famosa por sua prática de streap tease e espetáculos pornôs, Débora Soft, candidatou-se à vereadora e se elegeu. Recorrendo ao passado mais distante, devemos lembrar-nos da eleição do “bode cheiroso” no município de Jaboatão, em Pernambuco. Em São Paulo, tivemos a eleição do rinoceronte “Cacareco”, que se prestou a motes de marchinhas de carnaval.
É natural que existam manifestações políticas dessa natureza, tamanho é o deboche dos políticos de carreira, particularmente os fisiológicos que não respeitam, minimamente, seus eleitores e se dão à prática de comportamentos chocantes, como são o nepotismo e a corrupção corrente, sem que haja a devida punição que se havia de esperar.
É um engano, entretanto, imaginar que o nepotismo e a corrupção são práticas próprias das instituições legislativas e executivas. Recentemente, vimos estourar uma bomba de grande tamanho em relação à corrupção que se faz presente no chamado Poder Judiciário. A corregedora, Eliana Calmon, numa prova de coragem e lisura, veio a público para dizer, com todas as letras, que o Judiciário abrigava um bom número de bandidos de toga.
O presidente do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, o Ministro Peluso, saiu em defesa dos acusados, dizendo que a citada corregedora agira com exagero e de forma inconveniente. As organizações corporativas não fizeram silêncio e bradaram energicamente em defesa da lisura que caracteriza o Judiciário.
No exército cerca de sete generais foram acusados de improbidade, desviando recursos e praticando superfaturamento na condução do DNIT. E assim, vê-se que o capitalismo está podre e tudo que consegue fazer não passa de remendos.
Em pleno regime discricionário, lá pela metade dos anos 60, os que entravam para militância socialista tinham toda uma cobrança de leitura por parte dos orientadores. O aprendizado tinha todo um acompanhamento, existia uma forte disciplina e discussão dos livros que eram repassados aos companheiros (a). Lembro de alguns valorosos e inesquecíveis orientadores, como: Marta (Ester Barroso), Calixto (José Osvaldo Alves Bezerra), Clóvis (Gilvan Rocha) e outros. Professor Osvaldo, como era mais conhecido, já se foi. Quando começamos ler o manifesto de Marx e Engels, foi uma descoberta extraordinária e encantadora. Nos nossos dias, os movimentos de esquerda, em regra geral, não formam mais militantes como antes. Os Partidos que se dizem de esquerda, em sua maioria, estão mais preocupados com a política convencional. Temos poucas opções no campo de formação política, dentre estas, podemos citar apenas o Centro de Atividades e Estudos Políticos - CAEP, administrado por Gilvan Rocha, a partir dos anos 80. Aliais o Centro de Atividades e Estudos Políticos - CAEP é um ótimo exemplo a ser seguido, pelos demais militantes de esquerda.
ResponderExcluirNo Ceará, não é possível, falar em esquerda, sem antes mencionar o nome de Gilvan Rocha. O bravo camarada acima citado, não é apenas um grande exemplo a ser seguido, é sobre tudo, uma espécie em extinção.