terça-feira, 8 de maio de 2012

“A TORTURADORA”




            Durante o estado de exceção, a ditadura tornou-se comum a que elementos das Forças Armadas e da polícia aplicassem odientas sessões de tortura aos presos políticos. Eram muitas as modalidades aplicadas. Alguns morreram, outros ficaram traumatizados pelos horrores que viveram, fossem na polícia ou nos quartéis das “gloriosas” Forças Armadas do Brasil, sempre prontas a defender a qualquer custo o direito “sagrado” da burguesia em usufruir as benesses da propriedade privada. O louco mundo da tortura aos militantes políticos já serviu de motivação a alguns filmes e outras denúncias.
            Para os torturados, a serviço do sistema capitalista não havia limites. Uma certa companheira, barbaramente torturada, chegou aos limites de sua resistência e os torturadores, para desmoralizá-la, ordenaram que ela usasse o aparelho elétrico para aplicar choques em outro companheiro de sua mesma organização política. Ela, completamente quebrada, obedeceu aos esbirros da burguesia e operou uma sessão de choques elétricos no companheiro. A citada companheira conseguiu sobreviver e, quando cobrada pelo seu ato involuntário de se prestar a ser torturadora ela respondia de uma forma um tanto ingênua. Dizia ela: aceitei a imposição porque parti do principio de que sendo eu a manobrar a máquina de choque, o faria de forma menos violenta, portanto menos dolorosa.
            O argumento da companheira “torturadora” é semelhante ao que é usado pela esquerda direitosa, particularmente, pelo PT, PSB e PCdoB, quando se propõem a executar a política burguesa nos níveis municipal, estadual e federal, sob o argumento de que eles farão com que essas instituições do sistema socioeconômico vigente, cujo objetivo é assegurar a ordem social e garantir vultosos lucros à burguesia, sejam menos cruéis no seu desempenho. Dizendo melhor, eles argumentam que poderão tornar as instituições capitalistas que eles dirigem, em instrumentos capazes de tornar o capitalismo mansinho, o que equivale a pretender converter leões em animais vegetarianos.

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