terça-feira, 27 de setembro de 2011

POR TRÁS DA CORRUPÇÃO

Como devemos saber, a corrupção é filha legítima da desigualdade econômica e social. Atendo-se aos limites do Brasil, podemos dizer que, há meio século passado, ela existia de forma atenuada e encoberta por uma prática hipócrita e escrupulosa. Naquela época, não tão distante, era comum a existência de políticos ideológicos preocupados em servir a causa que empunhavam. Os políticos de direita tinham como bandeira a defesa do sistema capitalista e usavam os seus talentos, suas habilidades e liderança para bem servir a esses propósitos. A lista de políticos ideológicos, mesmo de direita, que tiveram uma vida pública sem mácula seria enorme, quase infindável. Dentre eles poderíamos destacar Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Mário Covas que figuraram como expoentes no processo de reconquista das liberdades democráticas, militantes que eram do velho MDB e do atual PMDB nos seus primórdios.

Nessa época não deixava de existir os políticos fisiológicos, trambiqueiros, que se prestavam a servir a interesses escusos em troca da modesta propina de cinco ou dez por cento. Constatamos que esse tempo já se foi. Reinam hoje os políticos e os partidos fisiológicos, destacando-se dentre eles um PMDB desfigurado, dirigido por expoentes das maracutaias que assolam o país, tanto no nível federal como nos níveis estaduais e municipais, como temos visto diariamente ocorrer.

Esse nível tão agudo e tão generalizado de corrupção e de fisiologismo que não deixa de lado, sequer, partidos pretensamente socialistas ou comunistas como são os casos do PT, PSB e PCdoB, deve-se ao aguçamento do consumismo e da ostentação que o capitalismo de hoje levou a mais extremada exacerbação. A moral capitalista, antes recatada e hipócrita, hoje escancara suas vísceras quando se rege pelo princípio imoral de que o fundamental é ter e exibir o que se tem, pouco importando a forma como se obteve os bens exibidos. Assim se apresenta moralmente o sistema capitalista e dessa moral se alimenta a crescente corrupção.

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