“No
mesmo saco”
Quando afirmamos que o stalinismo se apresenta sobre
diversas roupagens, seja o ortodoxo, o kruchevista, o maoista, o fidelista, o
trotskista..., alguns honrados e bravos camaradas, possuídos de boa fé,
retrucam: Não é correto colocar todos no
mesmo saco. Isto é, devemos considerar as diferenças entre as diversas facções.
Antes, porém, de prosseguirmos em nossos argumentos,
deixemos bastante claro que as diferenças próprias de todas as coisas são, fundamentalmente,
de duas naturezas. Existem as diferenças formais (graduais) e as diferenças de
conteúdo (de qualidade).
Para efeito de ilustração, lembremos que a burguesia tem
suas diversas facções, tangidas por seus mais diferentes interesses setoriais
que, muitas vezes, redundam em graves conflitos. É um comportamento
politicamente inteligente, da nossa parte, perceber as diferenças presentes no
seio da burguesia para delas tirar proveitos por conta de suas contradições.
O exemplo mais contundente, de conflito entre setores da
burguesia, ocorreu na Segunda Grande Guerra quando o imperialismo democrático, representado
pela Inglaterra, os Estados Unidos e a França, no exílio, entrou em confronto
direto com o imperialismo nazifascista, representado pela Alemanha, a Itália e o
Japão, que encarnavam a contrarrevolução mais exacerbada. Reconhecer as diferenças
é sensato e, sobretudo, inteligente. Mas não podemos perder de vista o caráter
das diferenças; observar, como já dissemos, se são formais ou de conteúdo; se
quantitativas ou qualitativas. Isso é imprescindível ao fazer político
consequente.
Apontamos
as diversas feições do stalinismo. Sabemos que existem diferenças graduais e
formais. Porém, o DNA delas é o mesmo, e isso é de fundamental importância
conhecermos. É hora de por um ponto final na grande mentira em se afirmar que o
antídoto do stalinismo é o trotskismo. Isso é totalmente falso e tem nos
causado terríveis prejuízos, cujo testemunho mais eloquente é a própria
sobrevivência do capitalismo exaurido e extremamente predatório.
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