segunda-feira, 7 de abril de 2014

“No mesmo saco”





“No mesmo saco”
                                                                                                         
Quando afirmamos que o stalinismo se apresenta sobre diversas roupagens, seja o ortodoxo, o kruchevista, o maoista, o fidelista, o trotskista..., alguns honrados e bravos camaradas, possuídos de boa fé, retrucam: Não é correto colocar todos no mesmo saco. Isto é, devemos considerar as diferenças entre as diversas facções.

Antes, porém, de prosseguirmos em nossos argumentos, deixemos bastante claro que as diferenças próprias de todas as coisas são, fundamentalmente, de duas naturezas. Existem as diferenças formais (graduais) e as diferenças de conteúdo (de qualidade).

Para efeito de ilustração, lembremos que a burguesia tem suas diversas facções, tangidas por seus mais diferentes interesses setoriais que, muitas vezes, redundam em graves conflitos. É um comportamento politicamente inteligente, da nossa parte, perceber as diferenças presentes no seio da burguesia para delas tirar proveitos por conta de suas contradições.

O exemplo mais contundente, de conflito entre setores da burguesia, ocorreu na Segunda Grande Guerra quando o imperialismo democrático, representado pela Inglaterra, os Estados Unidos e a França, no exílio, entrou em confronto direto com o imperialismo nazifascista, representado pela Alemanha, a Itália e o Japão, que encarnavam a contrarrevolução mais exacerbada. Reconhecer as diferenças é sensato e, sobretudo, inteligente. Mas não podemos perder de vista o caráter das diferenças; observar, como já dissemos, se são formais ou de conteúdo; se quantitativas ou qualitativas. Isso é imprescindível ao fazer político consequente.
             
         Apontamos as diversas feições do stalinismo. Sabemos que existem diferenças graduais e formais. Porém, o DNA delas é o mesmo, e isso é de fundamental importância conhecermos. É hora de por um ponto final na grande mentira em se afirmar que o antídoto do stalinismo é o trotskismo. Isso é totalmente falso e tem nos causado terríveis prejuízos, cujo testemunho mais eloquente é a própria sobrevivência do capitalismo exaurido e extremamente predatório.

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