quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Reflexão e emoção




Refletir é pensar, é medir os prós e contras, é ponderar. Costumamos dizer que pensar dói. Somos tendentes a incorporar tudo que nos é dito, seja por nossas famílias, seja por nossas igrejas ou por nossas escolas quando a temos ou a tivemos.

Quanto à emoção, ela vai ao encontro das nossas sensações e desenvolve atos irrefletidos, impensados, apaixonados, pois tendemos achá-los justos, corretos, não merecendo qualquer contestação.

Nos últimos anos, se vem usando o marketing nas disputas políticas. As técnicas de marketing apoiam-se na emoção e têm como principio básico a velha máxima nazista de que  “uma mentira mil vezes repetida ganha status de verdade”. Mas o marketing, que alija o pensar, a reflexão incorre em outros expedientes condenáveis. Destaca-se, dentre eles, o supremo valor que ele dá à forma e o desprezo que tem pelo conteúdo. A valorização da forma vai, desde a indumentária, ao penteado, a entonação de vozes, ao emprego das cores e outros tantos recursos próprios para apresentar uma “mercadoria” atraente para o consumo.

O caráter nocivo de se explorar a emoção em prejuízo da reflexão, brindou a humanidade com a mais criminosa expressão de brutalidade, como foi o nazismo, que praticou a irracionalidade em torno do símbolo da cruz gamada.

Não pretendemos dizer que foi o marketing que gerou o nazismo. Isso não. Ele tem causas mais profundas. Não se pode negar, entretanto, que somente um estado de profunda irreflexão pode explicar como uma Alemanha, letrada e culta, chancelou tão perverso episódio da história. 

Por sua vez, vamos encontrar na “pátria mãe do marketing”, nos Estados Unidos, a população mais despolitizada do universo, não obstante sinais de reação quando da oposição à participação terrestre nas guerras ou quando vimos o movimento “ocupe Wall Street”.

Enquanto o capitalismo usa do marketing, pois interessa ao sistema a irreflexão, o não pensar dos iletrados ou bem letrados, ao socialistas revolucionários interessa a reflexão, o pensar critico e libertador, pois tem-se como  certo que o pensar nesses moldes nos levará à revelação da verdade histórica e somente ela nos arrancará da prostração e da indigência intelectual vigente.

Em razão dos fatos expostos, temos severas reservas quanto aos símbolos que exploram a emoção e sobre ela se constrói o pernicioso fanatismo.

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