sexta-feira, 25 de março de 2011

Para os pobres

A nossa cultura judaico-cristã nos impele a ver com benevolência qualquer assistência aos pobres e aos miseráveis para lhes mitigar os sofrimentos. Muitos, de extremada piedade, foram agraciados não somente com um lugar no Paraíso. Alguns deles lograram conquistar a condição de santos e santas. É comum ouvir: “Deus ama os pobres”, como também é comum se ouvir: “Quem dá aos pobres, empresta a Deus”. Essa cultura predominante leva-nos a que procuremos administrar a pobreza e a miséria e nunca erradicá-la como bem demonstram os milênios de prática desse pensar.

Não é, porém, reduzido ao mundo religioso o comportamento de festejar as atitudes tomadas em favor dos pobres e miseráveis, mesmo que elas sejam apenas migalhas. Fala-se do quanto foi dado as massas carentes, mas não se fala o tanto e quanto delas foram retirados.

Dois exemplos clamorosos, tivemos e temos aqui no Brasil. Primeiro foi a política assistencialista implementada por Getúlio Vargas e a sua preocupação em regulamentar as relações de trabalho, concedendo às massas laboriosas direitos que lhes eram negados.

O segundo momento de populismo desbragado deu-se com o governo Lula e o seu tão aclamado programa Bolsa Família, que assiste as massas miseráveis estendo-lhe as mãos com umas poucas moedas que lhe minimiza sua situação de imensa carência.

Diz-se em alto e bom som que o governo lulo-petista reserva a cifra de treze bilhões de reais para viabilizar esse programa social. Por fim, diz-se o quanto se dá aos pobres e miseráveis, mas se não diz que o quanto deles se retira. Na verdade o fato é que se dá aos pobres, mas retira-lhes em parcela extraordinariamente superior.

Seja quando se trata do glorioso reino do Céu, ou quando se trata do reino da Terra, sob capitalismo, tão gracioso e tão gentil para os ricos e sempre cruel para os pobres e miseráveis. Cabe aos verdadeiros socialistas desmascarar essa fraude, entretanto, partidos como o PT, PSB, PCdoB compõem esse cenário enganoso como eficientes atores à serviço da burguesia.

Um comentário:

  1. É isso mesmo meu caro Gilvan, emquanto os pobres se contentarem com as migalhas vindas do governo, das obras de caridade das instituições religiosas, e de uma pequena parte da borguesia. Não teremos uma nação livre e democrática de fato. Até porque o povo não só sofre de carência alimentar não, sofre também de falta de cultura, e não só digo isso da parte miserável da população não. A classe privilegiada que coresponde a mais ou menos 2% da população brasileira, grande parte dela também sofre desse mal. É só observar de como eles se comportam no dia a dia, que veremos claramente isso. E ficou mais claro ainda quando eu ouvir da boca de vários jornalistas dizendo que o presidente querido deles é o homem mais poderoso do mundo. Então levo-me a crer que esses jornalistas e comentarista da grande mídia só sabem ou fingem que não sabem, do outro lado da história de quem realmente manda nos EUA e no mundo. O presidente Barak Obama não passa de mais um agente do capitalismo com uma faixa presidencial é só isso que ele é. Abraços Amauri .

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